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Baltimore declara toque de recolher após protestos violentos

A Guarda Nacional será mobilizada para enfrentar as manifestações pela morte de um jovem negro por policiais

Manifestantes e policiais em confronto após funeral de jovem negro morto, em Baltimore, no dia 27 de abril de 2015 (BRENDAN SMIALOWSKI/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2015 às 07h48.

Baltimore - A prefeita de Baltimore declarou na noite desta segunda-feira o toque de recolher na cidade e anunciou que a Guarda Nacional será mobilizada para enfrentar os protestos violentos pela morte de um jovem negro detido por policiais.

"Muitas gerações já ajudaram a construir esta cidade e não permitiremos que seja destruída por vândalos", assinalou a prefeita Stephanie Rawlings-Blake ao anunciar o toque de recolher.

A decisão foi anunciada logo após o governador do Estado de Maryland, Larry Hogan, declarar o estado de emergência em Baltimore, abrindo caminho para a convocação da Guarda Nacional para esta cidade de 620 mil habitantes.

"Os saques e atos de violência não serão tolerados. Em resposta (aos distúrbios) coloquei a Guarda Nacional em alerta para que possa ser mobilizada rapidamente", disse o governador Larry Hogan antes da decisão da prefeita Rawlings-Blake.

As aulas foram suspensas nesta terça-feira.

Os novos episódios de violência em Baltimore ocorreram após o enterro de Freddie Gray, que morreu no hospital com traumatismos depois de ser detido pela polícia.

Os manifestantes, reunidos em pequenos grupos, percorreram as ruas da cidade saqueando lojas e destruindo veículos, incluindo carros da polícia. Várias pessoas invadiram um shopping e roubaram as lojas do centro comercial.

O coronel da polícia Darryl De Sousa informou que os distúrbios deixaram ao menos 15 feridos e 27 detidos. "Agora mesmo estamos vendo um tipo de violência sem precedentes através da cidade. Principalmente na região leste de Baltimore".

De acordo com o capitão Eric Kowalczyk, da polícia de Baltimore, um policial ficou inconsciente e outros sofreram fraturas com uma verdadeira chuva de pedras e garrafas lançadas pelos manifestantes.

Imagens feitas de helicópteros por redes de TV mostraram a multidão atirando cones, garrafas e lixeiras contra policiais, antes de quebrar vidraças e saquear lojas. Também revelaram o incêndio em um centro de atendimento a idosos em construção, sem precisar se foi alvo dos manifestantes.

Freddie Gray, 25 anos, que morreu há uma semana no hospital, foi enterrado nesta segunda-feira em uma cerimônia marcada pelo tom político.

Gray faleceu devido a uma fratura na vértebra, uma semana após sua prisão em Baltimore, na costa leste dos Estados Unidos.

No começo do funeral, a polícia anunciou ter recebido a ameaça de que "várias gangues da cidade se associaram para 'eliminar' agentes policiais".

A cerimônia, que contou com cerca de 3 mil pessoas, durou duas horas e meia e teve um forte viés político. O pastor Jamal Bryant disse que Freddie Gray "fez o que é proibido aos homens negros: olhar nos olhos de um policial".

"Estamos aqui por Freddie Gray, mas também porque há muitos Freddie Gray", complementou o advogado da família, Billy Murphy, sob aplausos.

Um monitor no interior do local onde o jovem era velado exibia a mensagem "a vida dos negros importa e todas as vidas importam."

Uma cantora acompanhada pelo som de um órgão interpretou canções religiosas, enquanto uma multidão desfilava diante do caixão para se despedir do jovem, constatou a AFP.

Broderick Johnson, chefe do órgão recentemente criado pelo presidente Barack Obama para apoiar os jovens negros (My Brother's Keeper Task Force) representou o governo no funeral.

Pouco antes do início da cerimônia, o ativista Jesse Jackson denunciou uma "epidemia de assassinatos no país".

"Nos tornamos muito violentos, cheios de ódio", disse o pastor em entrevista coletiva, denunciando a pobreza de cidades como Baltimore como "uma arma de destruição em massa".

Manifestações diárias

Desde o anúncio da morte de Freddie Gray, há protestos quase que diariamente em Baltimore.

Na madrugada de sábado para domingo, as manifestações terminaram com 34 pessoas detidas e seis policiais levemente feridos.

Mais de um milhão de pessoas exigiram o esclarecimento das circunstância da morte do rapaz e o fim da violência policial contra a população negra.

As autoridades deram início às investigações - entre elas uma ação federal pelo Departamento de Justiça - para determinar as causas dos ferimentos e da morte de Freddie Gray.

De acordo com os advogados da família, quando ele morreu, sua coluna vertebral estava fraturada na altura da cervical.

Vídeos da detenção de Gray, gravados por transeuntes, mostram como a polícia agiu violentamento ao jogá-lo no chão. Segundo as imagens, o jovem gritava de dor antes de ser levado em uma viatura policial, que fez três paradas sem explicação no trajeto até a delegacia. Seis policiais envolvidos estão suspensos até que sejam entregues os resultados da investigação, no dia 1º de maio.

O caso de Freddie Gray é o mais recente em uma série de mortes de negros americanos desarmados pela polícia.

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Baltimore - A prefeita de Baltimore declarou na noite desta segunda-feira o toque de recolher na cidade e anunciou que a Guarda Nacional será mobilizada para enfrentar os protestos violentos pela morte de um jovem negro detido por policiais.

"Muitas gerações já ajudaram a construir esta cidade e não permitiremos que seja destruída por vândalos", assinalou a prefeita Stephanie Rawlings-Blake ao anunciar o toque de recolher.

A decisão foi anunciada logo após o governador do Estado de Maryland, Larry Hogan, declarar o estado de emergência em Baltimore, abrindo caminho para a convocação da Guarda Nacional para esta cidade de 620 mil habitantes.

"Os saques e atos de violência não serão tolerados. Em resposta (aos distúrbios) coloquei a Guarda Nacional em alerta para que possa ser mobilizada rapidamente", disse o governador Larry Hogan antes da decisão da prefeita Rawlings-Blake.

As aulas foram suspensas nesta terça-feira.

Os novos episódios de violência em Baltimore ocorreram após o enterro de Freddie Gray, que morreu no hospital com traumatismos depois de ser detido pela polícia.

Os manifestantes, reunidos em pequenos grupos, percorreram as ruas da cidade saqueando lojas e destruindo veículos, incluindo carros da polícia. Várias pessoas invadiram um shopping e roubaram as lojas do centro comercial.

O coronel da polícia Darryl De Sousa informou que os distúrbios deixaram ao menos 15 feridos e 27 detidos. "Agora mesmo estamos vendo um tipo de violência sem precedentes através da cidade. Principalmente na região leste de Baltimore".

De acordo com o capitão Eric Kowalczyk, da polícia de Baltimore, um policial ficou inconsciente e outros sofreram fraturas com uma verdadeira chuva de pedras e garrafas lançadas pelos manifestantes.

Imagens feitas de helicópteros por redes de TV mostraram a multidão atirando cones, garrafas e lixeiras contra policiais, antes de quebrar vidraças e saquear lojas. Também revelaram o incêndio em um centro de atendimento a idosos em construção, sem precisar se foi alvo dos manifestantes.

Freddie Gray, 25 anos, que morreu há uma semana no hospital, foi enterrado nesta segunda-feira em uma cerimônia marcada pelo tom político.

Gray faleceu devido a uma fratura na vértebra, uma semana após sua prisão em Baltimore, na costa leste dos Estados Unidos.

No começo do funeral, a polícia anunciou ter recebido a ameaça de que "várias gangues da cidade se associaram para 'eliminar' agentes policiais".

A cerimônia, que contou com cerca de 3 mil pessoas, durou duas horas e meia e teve um forte viés político. O pastor Jamal Bryant disse que Freddie Gray "fez o que é proibido aos homens negros: olhar nos olhos de um policial".

"Estamos aqui por Freddie Gray, mas também porque há muitos Freddie Gray", complementou o advogado da família, Billy Murphy, sob aplausos.

Um monitor no interior do local onde o jovem era velado exibia a mensagem "a vida dos negros importa e todas as vidas importam."

Uma cantora acompanhada pelo som de um órgão interpretou canções religiosas, enquanto uma multidão desfilava diante do caixão para se despedir do jovem, constatou a AFP.

Broderick Johnson, chefe do órgão recentemente criado pelo presidente Barack Obama para apoiar os jovens negros (My Brother's Keeper Task Force) representou o governo no funeral.

Pouco antes do início da cerimônia, o ativista Jesse Jackson denunciou uma "epidemia de assassinatos no país".

"Nos tornamos muito violentos, cheios de ódio", disse o pastor em entrevista coletiva, denunciando a pobreza de cidades como Baltimore como "uma arma de destruição em massa".

Manifestações diárias

Desde o anúncio da morte de Freddie Gray, há protestos quase que diariamente em Baltimore.

Na madrugada de sábado para domingo, as manifestações terminaram com 34 pessoas detidas e seis policiais levemente feridos.

Mais de um milhão de pessoas exigiram o esclarecimento das circunstância da morte do rapaz e o fim da violência policial contra a população negra.

As autoridades deram início às investigações - entre elas uma ação federal pelo Departamento de Justiça - para determinar as causas dos ferimentos e da morte de Freddie Gray.

De acordo com os advogados da família, quando ele morreu, sua coluna vertebral estava fraturada na altura da cervical.

Vídeos da detenção de Gray, gravados por transeuntes, mostram como a polícia agiu violentamento ao jogá-lo no chão. Segundo as imagens, o jovem gritava de dor antes de ser levado em uma viatura policial, que fez três paradas sem explicação no trajeto até a delegacia. Seis policiais envolvidos estão suspensos até que sejam entregues os resultados da investigação, no dia 1º de maio.

O caso de Freddie Gray é o mais recente em uma série de mortes de negros americanos desarmados pela polícia.

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