Mundo

Bactéria mortal: a epidemia retrocede; Alemanha reconhece erros

Mais de 2600 pessoas já foram infectadas; governo alemão diz que não é hora de diminuir o alerta

Pesquisadora observa cultura de bactérias na Alemanha: temor de mais mortes (Christian Charisius/AFP)

Pesquisadora observa cultura de bactérias na Alemanha: temor de mais mortes (Christian Charisius/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2011 às 20h18.

Berlim - O ministro de Saúde alemão anunciou nesta quarta-feira uma diminuição da epidemia provocada pela bactéria E.coli que provocou a morte de 25 pessoas, após uma reunião de crise com as autoridades regionais e o Comissário europeu de Saúde John Delli.

"Não é o momento de levantar o alerta", anunciou o ministro Daniel Bahr. "O mais difícil é a situação na própria Alemanha", acrescentou.

"Após as análises dos dados e dos números apresentados pelo Instituto (de Vigilância Sanitária) Robert-Koch, temos razões para mostrar um otimismo moderado", acrescentou Bahr, para quem"o número de novas infecções diminuem de maneira continua".

"Isto quer dizer que ainda pode haver mais casos de doentes, e infelizmente mais mortes; no entanto a quantidade de novas infecções diminuiu significativamente", segundo ele.

Na terça-feira, o Instituto Robert Koch havia apontado pela primeira vez "um pequeno recuo do número de novos casos", enquanto mais de 2.600 pessoas já foram infectadas, 75% delas no norte do país.

Ele afirmou na quarta-feira que ainda não se sabe se esse retrocesso se explica pela drástica queda no consumo de legumes crus, principalmente pepinos, tomates e verduras.

No total já são 25 mortes causadas pela infecção, 24 na Alemanha, a última na região da Baixa Saxônica (norte da Alemanha) nesta quarta-feira.

A pesquisa continua tentando identificar a origem da contaminação de um tipo raro e muito perigoso da bactéria E.coli enterohemorrágica (Eceh) que causa diarreias com sangue e pode provocar doenças renais e as vezes é fatal, a chamada síndrome SHU).

Os resultados das análises de sementes produzidas em uma horta do norte da Alemanha ainda são esperados.

No entanto, "a fonte da infecção da maioria dos casos de Eceh, em 80% deles, não são identificadas", destacou Daniel Bahr.

As autoridades de Saúde e Proteção aos consumidores regionais e federais, assim como o comissário europeu de Saúde, John Dalli, se reuniram num grande hotel de Berlin.

Antes desta reunião, Dalli havia pedido de maneira "urgente" que a Alemanha cooperasse de maneira mais estrita com os especialistas estrangeiros, no jornal Die Welt.

Adotando um tom mais conciliador depois do encontro ele disse: "Contra essa epidemia temos que insistir na importância do rigor científico, numa comunicação transparente e coordenada, e numa investigação profunda", acrescentando que a Alemanha teve razão em dar o alarme.

A comunicação da Alemanha, com seu sistema federal e ministros diferentes em cada Estado regional, é pouco organizada e o ministro Daniel Bahr admitiu que era necessário "melhorar".

Alguns países como a Espanha e a Bélgica acusaram a Alemanha de criar alarmes desnecessários, causando prejuízos financeiros avaliados em centenas de milhões de euros para os agricultores europeus.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaDoençasEuropaInfecções bacterianasPaíses ricosSaúde

Mais de Mundo

Exportações da China devem bater recorde antes de guerra comercial com EUA

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"