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Bachelet reforma gabinete para superar crise de confiança

Bachelet mudou nove dos 23 ministros de Estado, cinco dos quais deixaram definitivamente o governo


	Michelle Bachelet: a presidente solicitou a renúncia de todos os membros de seu gabinete, em uma tentativa de resolver a situação criada por uma série de escândalos de corrupção
 (Saul Loeb/AFP)

Michelle Bachelet: a presidente solicitou a renúncia de todos os membros de seu gabinete, em uma tentativa de resolver a situação criada por uma série de escândalos de corrupção (Saul Loeb/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2015 às 13h22.

Santiago - A presidente do Chile, Michelle Bachelet, concretizou nesta segunda-feira sua anunciada mudança de ministros, removendo, entre outros, seu chefe de gabinete e o titular da Fazenda, em uma tentativa de superar a crise de confiança que seu governo enfrenta.

Quatorze meses depois de ter assumido o segundo mandato presidencial e em meio a uma aguda crise de popularidade, Bachelet mudou nove dos 23 ministros de Estado, cinco dos quais deixaram definitivamente o governo.

"Hoje é tempo de dar um novo impulso à qualidade de governo", disse a presidente ao revelar os nomes dos ministros excluídos do gabinete e os dos que os sucederão.

O anúncio ocorreu depois que na última quarta-feira a presidente informou de forma surpreendente que havia solicitado a renúncia de todos os membros de seu gabinete, em uma tentativa de resolver a situação criada em torno de seu governo por uma série de escândalos de corrupção.

Entre os que foram removidos de seus cargos está o ex-ministro do Interior e chefe de seu gabinete, Rodrigo Peñailillo, que até agora era um dos colaboradores mais próximos da presidente, a ponto de ser considerado seu filho político.

Peñailillo, que com 41 anos era um símbolo da renovação política no Chile, caiu em desgraça por sua inexperiência na gestão da crise que o governo enfrentou após a divulgação de um milionário negócio de especulação imobiliária envolvendo o filho da presidente, Sebastián Dávalos, e que derrubou em poucas semanas a popularidade de Bachelet.

Em seu lugar, Bachelet nomeou Jorge Burgos, ex-ministro da Defesa e considerado parte da velha guarda da Nova Maioria, a coalizão governista formada por partidos de centro-esquerda e pelo Partido Comunista.

Mudança inédita no ministério da Fazenda

Em um fato inédito desde o retorno à democracia após a ditadura de Augusto Pinochet, em 1990, Bachelet resolveu mudar seu ministro da Fazenda, Alberto Arenas, e nomear em seu lugar Rodrigo Valdés, de 58 anos, e ex-presidente do Banco Estado.

Engenheiro comercial com especialização em economia, Valdés trabalhou entre 2009 e 2012 no Fundo Monetário Internacional (FMI), o que pode significar um aceno para os mercados.

"Tenho que me juntar com as equipes (...) tenho a pequena desvantagem de não ter sido parte da equipe ministerial" anterior, disse Valdés em suas primeiras declarações à imprensa após ser investido.

Com um crescimento de 1,9%, o mais baixo dos últimos cinco anos, a economia chilena enfrenta um período de morna reativação, com uma perspectiva de crescimento para 2015 em torno de 3%.

Durante seu primeiro ano, o ex-ministro Arenas conseguiu aplicar uma complexa reforma tributária destinada a financiar a educação, que lhe valeu um duro confronto com os sindicatos empresariais, onde seu nome era muito resistido.

Bachelet também resolveu trocar o porta-voz oficial, Álvaro Elizalde, que será substituído pelo ex-embaixador do Chile na Argentina, Marcelo Díaz, além de retirar de seus cargos a ministra da Cultura e a do Desenvolvimento social.

A presidente mudou de cargos outros quatro ministros. A ex-ministra secretária-geral da presidência, Ximena Rincón, lidera agora o ministério do Trabalho, enquanto a ministra do Trabalho, Javiera Blanco, passou para a pasta da Justiça.

Enquanto isso José Antonio Gómez, ex-ministro da Justiça, foi designado à frente do ministério da Defesa.

O comunista Marcos Barraza foi nomeado ministro do Desenvolvimento Social, se tornando o segundo integrante deste partido a se somar ao atual gabinete. Antes de Bachelet assumir a presidência, o Partido Comunista não teve membros no gabinete nos últimos 40 anos.

Por fim, o independente Ernesto Ottone assumirá o ministério da Cultura.

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