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Cesare Battisti chega a Roma após quase 40 anos foragido da Justiça

Condenado por quatro assassinatos e expulso da Bolívia, Battisti chegou ao aeroporto de Fiumicino, onde membros do governo o esperavam

Após uma década no Brasil, Cesare Battisti cumprirá prisão perpétua (Max Rossi/Reuters)

Após uma década no Brasil, Cesare Battisti cumprirá prisão perpétua (Max Rossi/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de janeiro de 2019 às 09h09.

Última atualização em 14 de janeiro de 2019 às 09h52.

São Paulo - Após quase quatro décadas de fugas, Cesare Battisti chegou à Itália por volta das 11h40 (8h40, no horário de Brasília) desta segunda-feira, 14. A aeronave, que partiu no início da noite de domingo, 13, de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, pousou no Aeroporto de Ciampino, em Roma, onde era aguardada pelo ministros do Interior, Matteo Salvini, e da Justiça, Alfonso Bonafede.

O italiano deverá ser encaminhado por um grupo de agentes penitenciários para a prisão de Rebibbia, na zona urbana de Roma. De acordo com informações do jornal italiano Corriere della Serra, ele deverá ficar sozinho na cela, em uma área de segurança reservada para terroristas, e passará por seis meses de isolamento diurno.

Battisti estava foragido desde 14 de dezembro de 2018, quando o então presidente Michel Temer autorizou sua extradição para a Itália um dia depois do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, suspender uma liminar que garantia sua permanência no Brasil. No sábado, dia 12, foi capturado por autoridades bolivianas.

De cavanhaque e óculos escuros, o italiano foi abordado por policiais enquanto caminhava por uma rua de Santa Cruz de la Sierra.

Após a prisão, o governo brasileiro deslocou um avião da Polícia Federal à Bolívia para trazer Battisti ao Brasil e, em seguida, extraditá-lo para a Itália, conforme promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro. O governo italiano, no entanto, já havia decidido levar Battisti diretamente ao país.

Em uma nota conjunta divulgada no início da noite de domingo, os ministérios das Relações Exteriores e da Justiça brasileiros afirmaram que o importante era que o italiano respondesse por seus crimes.

"O governo brasileiro se congratula com as autoridades bolivianas e italianas e com a Interpol pelo desfecho da operação de prisão e retorno de Battisti à Itália. O importante é que Cesare Battisti responda pelos graves crimes que cometeu. O Brasil contribui assim para que se faça justiça", afirmou a nota.

Em uma tentativa frustrada para tentar evitar a viagem de Battisti de volta para a Europa, os advogados do italiano protocolaram um habeas corpus no STF no domingo. No pedido, argumentaram que entregá-lo para a Itália seria um "ato complexo" e irreversível.

Os defensores solicitaram que o habeas fosse analisado pelo ministro Marco Aurélio. O pedido, no entanto, foi julgado - e negado - pelo ministro Luis Roberto Barroso.

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