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Áustria quer isenção na transferência de imigrantes da UE

País europeu justificou que já recebeu a devida cota durante a crise imigratória da Europa

Áustria recebeu cerca de 90 mil postulantes a asilo em 2015, mais de 1 por cento de sua população (Yannis Behrakis/Reuters)

Áustria recebeu cerca de 90 mil postulantes a asilo em 2015, mais de 1 por cento de sua população (Yannis Behrakis/Reuters)

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Reuters

Publicado em 28 de março de 2017 às 12h11.

Viena - A Áustria vai pedir para não ser obrigada a aceitar mais postulantes a asilo, conforme um sistema de realocação da União Europeia, anunciou o país nesta terça-feira, argumentando que já recebeu a devida cota durante a crise imigratória da Europa.

O anúncio é mais um golpe ao sistema, que só contemplaria uma fração dos imigrantes recém-chegados à UE e que mal foi implantado devido à oposição liderada por países do leste europeu, como Polônia e Hungria.

Ele também coincide com um reforço na segurança e nas regras de imigração adotado pelo governo centrista da Áustria, onde uma onda imigratória que teve início em 2015 ajudou a dar combustível ao Partido da Liberdade, legenda de extrema-direita que ainda lidera as pesquisas de opinião.

"Acreditamos que é necessária uma exceção para a Áustria por já ter cumprido sua obrigação. Iremos discuti-las com a Comissão Europeia", disse o chanceler Christian Kern a repórteres após uma reunião semanal do gabinete. "Vamos enviar uma carta o mais rápido possível e depois iniciar discussões."

Menos de 14.500 postulantes a asilo foram transferidos da Grécia e da Itália, os primeiros países da UE que muitos refugiados e imigrantes do Oriente Médio e da África chegam, desde a adoção do plano de dois anos do bloco, que deveria cobrir 160 mil pessoas e expira em setembro.

A Áustria recebeu cerca de 90 mil postulantes a asilo em 2015, mais de 1 por cento de sua população. Mais de um milhão de imigrantes foram para a Alemanha no mesmo ano, a maioria depois de atravessar os Bálcãs e a Áustria partindo da Grécia.

Viena vem pedindo insistentemente para que outros países da UE aceitem sua cota e até apoiou a ideia de penalidades financeiras para os que não o fizerem.

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