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Áustria nega asilo a jovem afegão por "não parecer gay o suficiente"

As autoridades austríacas afirmam que o jovem afegão teve seu pedido de asilo negado por não se vestir e agir como um homossexual

Os funcionários alegaram que o jovem já teve brigas com outros meninos, e que "tem um potencial de agressão que não cabe esperar em um homossexual" (Marc Bruxelle/Thinkstock)

Os funcionários alegaram que o jovem já teve brigas com outros meninos, e que "tem um potencial de agressão que não cabe esperar em um homossexual" (Marc Bruxelle/Thinkstock)

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EFE

Publicado em 15 de agosto de 2018 às 14h41.

Viena - Um jovem afegão que pediu asilo na Áustria alegando sua condição de homossexual recebeu uma resposta negativa de um escritório de Viena, com a justificativa de que "não parece gay", informa nesta quarta-feira a revista austríaca "Falter".

As detalhadas descrições do aspecto "não suficientemente gay" do requerente de asilo, um afegão de 18 anos que chegou à Áustria sozinho quando era menor de idade, causaram surpresa e manchetes irônicas tanto na imprensa austríaca como na alemã.

"A maneira de caminhar, sua atitude e sua forma de se vestir não dão a entender em absoluto de que possa ser homossexual. Ao não sê-lo, não tem nada a temer se retornar ao Afeganistão", diz o relatório remitido ao jovem.

Outro dos "indícios" alegados pelos funcionários é que o jovem teve brigas com outros meninos, ou seja, que "tem um potencial de agressão que não cabe esperar em um homossexual".

A isto se soma que o requerente "tem poucos amigos" e gosta de sair sozinho ou em grupos pequenos, quando na opinião dos avaliadores, "os homossexuais são mais bem sociáveis".

Por fim, os funcionários não acreditam no jovem quando ele afirma que beijou meninos que não eram gays, porque se fosse verdade "teria levado uma tremenda surra".

A decisão não é firme e o solicitante recorreu, afirma a revista.

Também na Holanda, associações de defesa de gays e lésbicas denunciaram dezenas de casos nos quais pedidos de asilo foram rejeitados porque os requerentes não pareciam "gays o suficiente".

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