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Áustria congela os bens da família Kadafi

União Européia aprovou na véspera o embargo à exportação de armas e o congelamento dos ativos em solo comunitário do líder líbio

Kadafi e sua família sempre mantiveram uma estreita relação com o país e direcionaram muitos de seus investimentos (Divulgação/Casa Branca)

Kadafi e sua família sempre mantiveram uma estreita relação com o país e direcionaram muitos de seus investimentos (Divulgação/Casa Branca)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2012 às 19h45.

Viena - O Banco Central da Áustria (ÖNB) ordenou nesta terça-feira congelar os bens que os membros da família de Muammar Kadafi e pessoas próximas a ele tem no país, com base nas sanções da União Europeia.

"O Banco central emitiu nesta um decreto para congelar o conjunto dos bens das pessoas incluídas nas sanções da UE", informou nesta terça-feira à Agência Efe a entidade austríaca.

Dessa forma, o banco emissor responde a uma informação publicada no jornal "Wiener Zeitung" sobre a existência em contas austríacas de patrimônio no valor de 1,2 bilhão de euros pertencente a Kadafi e pessoas próximas a ele.

No entanto, o Banco da Áustria não confirmou essa quantia, só certificou a existência no país de 1,2 bilhão de euros em depósitos provenientes da Líbia, embora tenha ressaltado que não é possível estabelecer que parte desse dinheiro está em nome das pessoas submetidas às sanções comunitárias.

A UE aprovou na véspera o embargo à exportação de armas, o congelamento dos ativos em solo comunitário do líder líbio, Muammar Kadafi, e seu entorno e a proibição de vistos para entrar em território comunitário.

Nesta segunda-feira, o governador do banco emissor austríaco, Ewald Nowotny, havia confirmado a existência desse dinheiro procedente da Líbia.

De qualquer maneira, a ordem transmitida nesta quarta-feira a todas as entidades financeiras inclui a lista das 26 pessoas mencionadas por Bruxelas.

O jornal "Wiener Zeitung" revela que, à parte do dinheiro em contas bancárias, os Kadafi possuem imóveis e participações em empresas na Áustria, e estão presentes em fundações.

A informação se refere às dificuldades do Banco da Áustria em determinar o valor de todas as propriedades líbias na Áustria, devido ao sigilo bancário e à confidencialidade que rege para as fundações.

Por isso, o jornal assinala que é preciso que o Ministério do Interior e a Procuradoria do Estado colaborem e denunciem as 26 pessoas mencionadas nas sanções comunitárias.

Essa denúncia permitiria romper as barreiras que o sigilo bancário austríaco coloca em investigações desse tipo. Segundo o jornal, nem sequer as sanções da UE permitem intervir as contas.

Fontes bancárias mencionadas pelo "Wiener Zeitung" garantem que a quantia de 1,2 bilhão aumentará consideravelmente com o avanço das investigações.

Kadafi e sua família sempre mantiveram uma estreita relação com a Áustria. Nos anos 80, o chanceler social-democrata Bruno Kreisky foi o primeiro líder ocidental em receber ao líder líbio em Viena.

Saif al Islam, filho e considerado sucessor de Kadafi, estudou na capital austríaca. Além disso, especula-se que Kadafi financiou o sepultamento de Jörg Haider, o dirigente nacionalista que marcou a vida política austríaca em décadas passadas.

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