O primeiro-ministro australiano Tony Abbott: a retirada do auxílio australiano foi consequência da crise diplomática entre a Austrália e a Indonésia, em relação às execuções de traficantes (Peter Parks/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2015 às 12h12.
Canberra - A Austrália anunciou nesta terça-feira um corte de 40% no próximo ano fiscal na ajuda financeira destinada à Indonésia, de 543 milhões de dólares australianos para 323 milhões de dólares australianos, duas semanas depois de Jacarta ter executado dois traficantes australianos.
O país informou que planeja cortar seu orçamento de ajuda também a outros países, como Vietnã, Filipinas e Mianmar, totalizando 4,1 bilhões de dólares australianos no próximo ano, cerca de 20% de seu orçamento. No entanto, a Indonésia terá o corte mais profundo.
Alguns analistas haviam alertado anteriormente que a crise diplomática entre a Austrália e a Indonésia, em relação às execuções, poderia acarretar em uma retirada do auxílio australiano como retaliação.
O primeiro-ministro, Tony Abbott, deu uma resposta irritada a Jacarta quando implorou pela vida dos traficantes Andrew Chan, de 31 anos, e Myuran Sukumaran, de 34 anos, apontando que a Austrália ofereceu uma ajuda generosa, no valor de US$ 1 bilhão, após o devastador tsunami em 2004, que matou 230 mil pessoas.
O Camboja, que concordou em aceitar refugiados rejeitados pela Austrália, foi o único país do Leste Asiático que manteve seu financiamento inalterado, no valor de 52,4 milhões de dólares australianos.
O Timor Leste também teve um corte menor, de 4 milhões de dólares australianos, dos 72 milhões de dólares australianos que recebeu neste ano fiscal.