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Atrasos de estaleiros podem afetar pré-sal

Até 70% das sondas que a Petrobrás contratou para a exploração serão montados em estaleiros que ainda não existem ou que atravessam graves problemas de atrasos e gestão

Graça Foster (Agência Petrobras/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2012 às 09h24.

São Paulo - A presidente da Petrobras , Graça Foster, reclama que os estaleiros brasileiros lhe têm tirado o sono. Os números das encomendas deixam claro o motivo: até 70% das sondas que a companhia contratou no País para explorar o pré-sal serão montados em estaleiros que ainda não existem ou que atravessam graves problemas de atrasos e gestão. Além disso, aqueles em operação já estão assoberbados com encomendas.

Um atraso na entrega das sondas significaria retardar a transformação das reservas do pré-sal em caixa para a companhia. Os próprios estaleiros estão pessimistas com as primeiras sondas, que têm entrega prevista para 2015. "A única certeza que se tem ao começar um projeto de construção é de que não vai acabar no prazo", confessa um presidente de estaleiros envolvido no projeto. "Não estou dizendo que é impossível (cumprir o prazo), mas é muito difícil. Fazer algo pela primeira vez é sempre complicado."

A Petrobras contratou 33 sondas para serem construídas no Brasil e está em fase avançada de negociação para outras duas. Custarão ao todo cerca de US$ 28 bilhões para serem montadas. Nunca uma sonda dessas foi fabricada no País.

Considerando-se um total de 35 sondas, a maior parte (entre 24 e 25) está prevista para estaleiros que ainda estão sendo erguidos - apelidados de virtuais - ou no Atlântico Sul (PE), que registra atrasos nas encomendas e problemas de gestão. Até agora, apenas nove contratos foram efetivamente firmados.

A princípio, as sondas devem ficar distribuídas entre Keppel Fels (estaleiro já operacional, 6 sondas); Atlântico Sul (operacional, mas com atrasos, 7 sondas); Enseada Paraguaçu (virtual, 6 sondas); Jurong Aracruz (virtual, 6 sondas); Rio Grande (operacional, 3 sondas); Eisa Alagoas (virtual, de 3 a 4 sondas) e Mauá (operacional, 1 ou 2 sondas). As duas sondas extras estão sendo negociadas com a OSX (virtual).

Graça vem repetindo que não trabalha com cenário de atraso e que ficará em cima dos estaleiros para garantir os prazos. A presidente da Petrobras tem convocado constantes reuniões com a Sete Brasil, que terceiriza a gestão de 28 das sondas. É a Sete BR - que tem a Petrobras, bancos e fundos como sócios - que contratará os estaleiros.

O presidente da empresa, João Carlos Ferraz, garante que as sondas vão ser entregues no prazo, a partir de 2015, mas reconhece dificuldades na contratação dos estaleiros. "Acho justa a desconfiança do setor. É desafiador, é difícil, é complexo, mas é possível", afirma.

O secretário executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Naval (Sinaval), Sergio Leal, diz que o setor tem um "desafio gigante" pela frente, mas garante que o País tem capacidade para atender à demanda. Ele lembra que apenas um estaleiro (EAS) tem atrasos. "Todos os outros estão pontualmente em dia", frisa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - A presidente da Petrobras , Graça Foster, reclama que os estaleiros brasileiros lhe têm tirado o sono. Os números das encomendas deixam claro o motivo: até 70% das sondas que a companhia contratou no País para explorar o pré-sal serão montados em estaleiros que ainda não existem ou que atravessam graves problemas de atrasos e gestão. Além disso, aqueles em operação já estão assoberbados com encomendas.

Um atraso na entrega das sondas significaria retardar a transformação das reservas do pré-sal em caixa para a companhia. Os próprios estaleiros estão pessimistas com as primeiras sondas, que têm entrega prevista para 2015. "A única certeza que se tem ao começar um projeto de construção é de que não vai acabar no prazo", confessa um presidente de estaleiros envolvido no projeto. "Não estou dizendo que é impossível (cumprir o prazo), mas é muito difícil. Fazer algo pela primeira vez é sempre complicado."

A Petrobras contratou 33 sondas para serem construídas no Brasil e está em fase avançada de negociação para outras duas. Custarão ao todo cerca de US$ 28 bilhões para serem montadas. Nunca uma sonda dessas foi fabricada no País.

Considerando-se um total de 35 sondas, a maior parte (entre 24 e 25) está prevista para estaleiros que ainda estão sendo erguidos - apelidados de virtuais - ou no Atlântico Sul (PE), que registra atrasos nas encomendas e problemas de gestão. Até agora, apenas nove contratos foram efetivamente firmados.

A princípio, as sondas devem ficar distribuídas entre Keppel Fels (estaleiro já operacional, 6 sondas); Atlântico Sul (operacional, mas com atrasos, 7 sondas); Enseada Paraguaçu (virtual, 6 sondas); Jurong Aracruz (virtual, 6 sondas); Rio Grande (operacional, 3 sondas); Eisa Alagoas (virtual, de 3 a 4 sondas) e Mauá (operacional, 1 ou 2 sondas). As duas sondas extras estão sendo negociadas com a OSX (virtual).

Graça vem repetindo que não trabalha com cenário de atraso e que ficará em cima dos estaleiros para garantir os prazos. A presidente da Petrobras tem convocado constantes reuniões com a Sete Brasil, que terceiriza a gestão de 28 das sondas. É a Sete BR - que tem a Petrobras, bancos e fundos como sócios - que contratará os estaleiros.

O presidente da empresa, João Carlos Ferraz, garante que as sondas vão ser entregues no prazo, a partir de 2015, mas reconhece dificuldades na contratação dos estaleiros. "Acho justa a desconfiança do setor. É desafiador, é difícil, é complexo, mas é possível", afirma.

O secretário executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Naval (Sinaval), Sergio Leal, diz que o setor tem um "desafio gigante" pela frente, mas garante que o País tem capacidade para atender à demanda. Ele lembra que apenas um estaleiro (EAS) tem atrasos. "Todos os outros estão pontualmente em dia", frisa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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