Mundo

Ativistas do Femen são condenadas em Túnis

As três jovens, acusadas também de "incitar à libertinagem", foram detidas por protestar seminuas na frente do Palácio de Justiça


	Ativistas do Femen protestam de topless na Tunísia: as feministas, de acordo com o Código Penal tunisiano, poderiam ter sido sentenciadas a uma pena de prisão máxima de um ano, com cumprimento da condenação.
 (Fethi Belaid/AFP)

Ativistas do Femen protestam de topless na Tunísia: as feministas, de acordo com o Código Penal tunisiano, poderiam ter sido sentenciadas a uma pena de prisão máxima de um ano, com cumprimento da condenação. (Fethi Belaid/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2013 às 15h48.

Túnis - As três ativistas europeias do grupo radical feminista Femen detidas em Túnis no dia 29 de maio foram condenadas nesta quarta-feira a quatro meses e um dia de prisão por "atentado contra ao pudor e aos bons costumes", confirmou à Agência Efe o advogado tunisiano Suhair Bahri.

"Esperava que fossem liberadas, mas infelizmente continuam presas", disse Bahri antes de afirmar que recorrerá para evitar que as francesas Pauline Hillier e Marguerite Stern, de 27 e 23 anos respectivamente e a alemã Josephine Markmann, de 19, cumpram a pena.

As três jovens, acusadas também de "incitar à libertinagem", foram detidas por protestar seminuas na frente do Palácio de Justiça para pedir a libertação da feminista tunisiana Amina Esbui, que está em prisão preventiva desde o dia 19 de maio.

Segundo vários meios de comunicação nacionais, os dois advogados franceses não estiveram presentes na sessão de hoje por considerar que não havia garantias de imparcialidade.

Durante a primeira sessão do julgamento, realizada no dia 5, a defesa argumentou contra a acusação de incitação à libertinagem afirmando que "seus corpos não são um objeto de exibição para seduzir, mas uma mensagem política".

As feministas, de acordo com o Código Penal tunisiano, poderiam ter sido sentenciadas a uma pena de prisão máxima de um ano, com cumprimento da condenação.


Por outra parte, o juiz responsável pelo caso de Amina Esbui, mais conhecida como Amina Tyler, que está sendo julgada na cidade de Qirauán, a 160 quilômetros ao sul de Túnis por profanar o espaço sagrado de um cemitério e atentar contra os bons costumes, ainda não se pronunciou após a primeira sessão do julgamento realizada no último dia 5.

A advogada de Amina, Boshra Bel Hajj Hamida, disse à Agência Efe que o juiz ainda não ditou sentença nem convocou uma nova sessão, enquanto a jovem ativista continua presa.

O processo de hoje aconteceu sem incidentes, depois que na semana passada foram expulsas do país três ativistas do Femen de nacionalidade ucraniana e bielorrussa, que pretendiam protestar perante o Palácio de Justiça da capital tunisiana em solidariedade a suas quatro companheiras detidas.

Amina ficou conhecida em março depois que foi divulgada uma foto sua na internet na qual aparecia seminua para criticar a moral conservadora de seu país.

Sua ação provocou o mal-estar das autoridades, que através do Ministério de Assuntos Religiosos demonstraram sua condenação, considerando "um ato provocador contrário aos bons costumes morais e aos valores do povo muçulmano".

Além disso, despertou tanto a indignação de grupos de extremistas religiosos que chegaram a sugerir que Amina deveria ser castigada e apedrejada. 

Acompanhe tudo sobre:Política no BrasilPrisõesProtestosTunísia

Mais de Mundo

Trump nomeia Keith Kellogg como encarregado de acabar com guerra na Ucrânia

México adverte para perda de 400 mil empregos nos EUA devido às tarifas de Trump

Israel vai recorrer de ordens de prisão do TPI contra Netanyahu por crimes de guerra em Gaza

SAIC e Volkswagen renovam parceria com plano de eletrificação