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Ataques russos deixam partes da Ucrânia sem energia e água

A Rússia vem realizando bombardeios em massa por toda a Ucrânia em retaliação ao ataque que derrubou um trecho da ponte que liga a Península da Crimeia à Rússia continental

No fim de semana, projéteis atingiram áreas residenciais, um depósito de combustível e uma torre de energia em Belgorod, deixando ao menos três mortos (AFP/AFP)

No fim de semana, projéteis atingiram áreas residenciais, um depósito de combustível e uma torre de energia em Belgorod, deixando ao menos três mortos (AFP/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de outubro de 2022 às 15h48.

Última atualização em 18 de outubro de 2022 às 15h50.

Em uma semana de ataques à infraestrutura energética da Ucrânia, a Rússia destruiu 30% das centrais elétricas do país invadido em 24 de fevereiro. Novas ações nesta terça-feira, 18, deixaram parte de Kiev e de outras regiões do país no escuro e sem fornecimento de água novamente.

A acusação foi feita pelo presidente Volodmir Zelenski no Twitter, enquanto a prefeitura da capital confirmava duas mortes. Ele chamou os ataques de "terroristas", deixando "nenhum espaço para negociações com o regime de Putin".

A Rússia vem realizando bombardeios em massa por toda a Ucrânia em retaliação ao ataque que derrubou um trecho da ponte que liga a Península da Crimeia à Rússia continental,uma rota essencial para abastecer as tropas russas no sul ucraniano.

De acordo com autoridades locais, ao menos três cidades viram novos ataques na terça, que também tiveram como alvo infraestruturas energéticas às vésperas do inverno no país.

Os ataques forçam ucranianos a economizarem energia, pedido reforçado por Zelenski durante seu pronunciamento. Ele pediu para a população reduzir seu consume em horários de pico para "permitir que todo o país atravesse este período com maior estabilidade". O objetivo é aliviar a malha energética do país enquanto os reparos necessários são feitos.

A última série de bombardeios russos atingiu durante a manhã de terça-feira diversas instalações energéticas no sul do país pelo segundo dia consecutivo, o que provocou cortes no fornecimento de energia elétrica e de água.

Em Kiev nesta terça, por exemplo, havia alertas de apagões, e pessoas faziam fila em lojas para abastecer garrafas com água fresca. Nas redes sociais, lojas, bancos e grandes empresas compartilham postagens das medidas que vêm tomando, o que nem sempre tem sido suficiente para evitar blecautes.

"Na capital, houve três ataques a uma usina na margem esquerda do rio Dniéper", disse Kirilo Timoshenko, vice-chefe do Gabinete presidencial, nas redes sociais. Ele afirmou que os ataques causaram "danos sérios", sem detalhá-los. "A situação é atualmente crítica em todo o país, porque nossas regiões dependem umas das outras", afirmou Timoshenko.

Também houve ataques a uma instalação de energia em Yitomir, uma cidade a oeste de Kiev. O incidente, disse o governo local, forçou a interrupção do abastecimento de água e energia.O prefeito Serhii Sukhomlin disse que o blecaute e a falta de abastecimento são totais. "Os hospitais estão usando geradores", afirmou ao site público Suspilne.

No Leste do país, uma "empresa industrial" em Kharkiv também foi atacada, disse o prefeito, Igor Terejov, relatando "duas séries de explosões" em um intervalo de cinco minutos.

No fim de semana, projéteis atingiram áreas residenciais, um depósito de combustível e uma torre de energia em Belgorod, deixando ao menos três mortos.

Na sexta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, havia dito que não haveria novos ataques aéreos à Ucrânia, afirmando que não era seu objetivo "destruir" o país vizinho.

Alguns dos bombardeios foram feitos por drones 'suicidas' comprados do Irã, que se tornaram o novo recurso da Rússia na guerra da Ucrânia. Após bombardeios que deixaram nove mortos na segunda-feira - cinco deles em Kiev, após ataques com drones comprados do Irã - outros episódios voltaram a ser registrados nesta terça.

Depois dos ataques de segunda-feira, o chefe da diplomacia ucraniana, Dmitro Kuleba, acusou o Irã de fornecer drones para a Rússia e pediu a adoção de sanções contra a República Islâmica.

Nesta terça-feira, o Kremlin afirmou que ignora se o exército utiliza drones iranianos na Ucrânia. "É usada tecnologia russa com nomes russos", disse o porta-voz, Dmitri Peskov, que encaminhou a questão ao ministério da Defesa.

O Irã negou que forneça armas para qualquer parte envolvida no conflito na Ucrânia, mas o governo dos Estados Unidos alertou que adotaria medidas contra empresas e países que colaboram com o programa de drones de Teerã.

O ministério da Defesa ucraniano afirmou que nas últimas 24 horas suas tropas derrubaram 38 aviões não tripulados Shahed-136 de fabricação iraniana. (Com agências internacionais).

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