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Ataques do Boko Haram deixam quase 150 mortos na Nigéria

Segundo testemunhas, dezenas de rebeldes atacaram na quarta-feira três vilarejos remotos do estado de Borno, matando vários moradores e incendiando suas casas


	Mulheres e crianças resgatadas na Nigéria: Trata-se do dia mais sangrento de ataques do grupo extremista desde que o presidente Muhamadu Buhari assumiu o poder em maio
 (REUTERS/Afolabi Sotunde)

Mulheres e crianças resgatadas na Nigéria: Trata-se do dia mais sangrento de ataques do grupo extremista desde que o presidente Muhamadu Buhari assumiu o poder em maio (REUTERS/Afolabi Sotunde)

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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2015 às 16h53.

Quase 150 pessoas foram mortas em ataques cometidos por supostos membros do grupo islamita Boko Haram em aldeias no nordeste da Nigéria, incluindo crianças e adultos que faziam suas orações e mulheres que preparavam o jantar em suas casas.

Segundo testemunhas, dezenas de rebeldes atacaram na quarta-feira três vilarejos remotos do estado de Borno, matando vários moradores e incendiando suas casas.

Trata-se do dia mais sangrento de ataques do grupo extremista desde que o presidente Muhamadu Buhari assumiu o poder em maio.

No total, 97 pessoas foram assassinadas em um ataque na aldeia de Kukawa, perto do lago Chade, segundo testemunhas.

Em outras duas aldeias vizinhas perto da cidade de Monguno, na mesma região, homens armados mataram 48 pessoas e feriram outras 11, de acordo com um deputado local e testemunhas.

O primeiro ataque ocorreu por volta das 18h30 (14h30 de Brasília) de quarta-feira, quando "os terroristas atacaram primeiramente os muçulmanos que faziam suas orações em várias mesquitas", relatou Babami Alhaji Kolo, um morador.

"Eles, então, invadiram as casas, onde atiraram contra as mulheres", acrescentou, explicando que "alguns terroristas permaneceram no local para incendiar os cadáveres enquanto os demais matavam as mulheres que faziam o jantar em suas casas".

"Posso assegurar que os terroristas mataram pelo menos 97 pessoas", insistiu outra testemunha, também chamado Kolo, que relatou ter perdido seu tio, Modu Mustafá Baga, um dos líderes do distrito, neste ataque.

"Mataram seus filhos, ao menos cinco deles, e atearam fogo a sua casa", relatou a partir de Maiduguri, a capital do estado de Borno, onde se refugiou junto a outros testemunhos.

Outra testemunha, Kwantami Amodu, um pescador da aldeia, disse ter contado 97 corpos.

Seleção de vítimas

Nas outras duas aldeias, "atiradores do Boko Haram mataram 48 homens e feriram outros 11 por volta das 20h30 (16h30 de Brasília)", indicou o deputado local Mohammed Tahir.

Duas testemunhas evocaram o mesmo número de vítimas.

Os agressores chegaram de moto e caminhonetes nas duas aldeias, 90 km ao norte de Maiduguri, na quarta-feira às 20h30 (16H30 de Brasília), em pleno jejum do Ramadã.

"Eles selecionaram alguns homens no meio da multidão, os reuniram e mataram a tiros, antes de incendiar as duas localidades, que foram completamente destruídas", disse o deputado.

De acordo com o deputado, os terroristas vieram da região do lago Chade, onde os insurgentes do Boko Haram se refugiaram quando foram expulsos pelo exército de seu reduto, a selva de Sambisa, mais ao sul.

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