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Ataques de coalizão mataram mais de 500 jihadistas em um mês

Na Síria, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou que os ataques aéreos a partir de 23 de setembro mataram 553 jihadistas em um mês

Kobani: objetivo é evitar o avanço jihadista nesta cidade curda na fronteira com a Turquia (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Kobani: objetivo é evitar o avanço jihadista nesta cidade curda na fronteira com a Turquia (Kai Pfaffenbach/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2014 às 17h16.

A coalizão liderada pelos Estados Unidos matou mais de 500 jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria desde os primeiros ataques lançados há um mês em Kobani, onde os combatentes curdos esperam os reforços prometidos pelo Curdistão iraquiano.

Acusado de crimes contra a Humanidade e alvo de ataques no Iraque e na Síria desde setembro, o EI é "provavelmente a organização terrorista mais bem financiada, graças à receita do petróleo e ao dinheiro do resgate de reféns e de extorsões" - afirmou o subsecretário americano do Tesouro para a Luta contra o Terrorismo, David Cohen.

Na Síria, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou que os ataques aéreos a partir de 23 de setembro mataram 553 jihadistas em um mês.

Destes, 464 seriam combatentes do EI, 57 da Frente al-Nosra (braço sírio da rede Al-Qaeda), e 32 civis, incluindo seis crianças e cinco mulheres.

"A grande maioria dos combatentes do EI e da Frente al-Nosra mortos nos ataques não era de sírios", destaca a organização.

Os Estados Unidos e seus aliados árabes lançaram os primeiros ataques na Síria contra posições dessas duas organizações.

Em Kobani, o objetivo é evitar o avanço jihadista nesta cidade curda na fronteira com a Turquia, ferozmente defendida pelas milícias curdas das Unidades de Proteção do Povo (YPG).

Boa parte da cidade é controlada pelas YPG, segundo Washington. Ainda assim, os curdos - em menor número e menos armados - exigem há semanas um maior apoio externo para conter os jihadistas.

Novos ataques violentos

Nesta quinta-feira, os jihadistas conseguiram tomar várias aldeias ao oeste de Kobani, onde os combates foram retomados à noite. Este avanço dos jihadistas é o primeiro em vários dias em Kobani.

Nas últimas semanas, os Estados Unidos aumentaram os ataques aéreos contra o EI nos arredores da cidade e, na segunda-feira, 20 de outubro, lançou armas e munições fornecidas pelo Curdistão iraquiano destinadas às forças curdas.

Segundo o Comando militar americano encarregado pela região (CentCom), a coalizão lançou quatro ataques na quarta e quinta-feira em Kobani, destruindo um centro de comando do EI.

As autoridades do Curdistão devem enviar apenas 200 combatentes para reforçar as forças curdas sírias, anunciou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Ele explicou que não houve entendimento entre a Administração curda do norte do Iraque e o PYD sobre o número de peshmergas que deveriam lutar na Síria. O acerto final foi de 200 homens, um número relativamente simbólico.

O partido curdo sírio PYD equivale ao PKK turco, considerado uma organização terrorista por Ancara.

Os curdos iraquianos deverão atravessar o território turco para chegar a Kobani, com a permissão de Erdogan, que voltou a criticar Washington, nesta quinta-feira, por ajudar o PYD.

Na quarta, o Pentágono reconheceu que uma das cargas de armas e munições lançadas para as forças curdas caiu nas mãos dos jihadistas.

Do lado iraquiano da fronteira síria, os jihadistas do EI cercaram mais uma vez o Monte Sinjar, onde milhares de civis da minoria yazidi haviam se refugiado no início de agosto para fugir do avanço do grupo extremista no Iraque.

Os jihadistas "tentam subir a montanha a pé para enfrentar os voluntários yazidis", relatou Dawud Jundi, um líder das forças locais, por telefone à AFP. "Há cerca de 2.000 famílias que estão em muito mau estado" no Monte Sinjar, completou.

Em Bagdá, que escapa ao controle dos jihadistas, mas que tem sido palco diário de ataques mortais, dois carros-bomba mataram pelo menos 28 pessoas em bairros xiitas na quarta-feira.

No Iraque e na Síria, o Reino Unido poderá realizar ao lado dos Estados Unidos ataques contra posições do EI - anunciou o coordenador da coalizão internacional, o general americano da reserva John Allen, na quarta à noite.

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