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Ataques contra xiitas no Iraque deixam 23 mortos

Ao menos 23 pessoas morreram em uma série de atentados com bomba coordenados contra peregrinos xiitas no oeste e no norte do Iraque

Fiéis muçulmanos xiitas no Iraque: a onda de violência aumenta há vários meses no país (Ali al-Saadi/AFP)

Fiéis muçulmanos xiitas no Iraque: a onda de violência aumenta há vários meses no país (Ali al-Saadi/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2014 às 14h16.

Bagdá - Ao menos 23 pessoas morreram nesta quarta-feira em uma série de atentados com bomba coordenados contra peregrinos xiitas no oeste e no norte do Iraque na véspera da celebração religiosa Ashura.

A onda de violência aumenta há vários meses no país e que as autoridades não conseguem conter, apesar das várias operações contra os insurgentes. Esta situação obrigou o primeiro-ministro, Nuri al-Maliki, a pedir ajuda aos Estados Unidos para combater os rebeldes.

Os episódios de violência desta quarta-feira ocorreram na véspera das cerimônias anuais do aniversário da morte de uma figura chave do islã xiita, um período durante o qual os militantes sunitas intensificam os ataques contra os xiitas, considerados apóstatas.

O ataque mais violento foi registrado nos arredores da cidade de Baaquba, localizada ao norte de Bagdá, em uma das regiões mais violentas do Iraque. Três ataques com bomba coordenados tomaram como alvo os peregrinos xiitas que celebravam a Ashura. Oito pessoas morreram e 25 ficaram feridas nestas explosões, segundo fontes médicas e de segurança.

As autoridades provinciais esperam que dois milhões de peregrinos - tanto iraquianos quanto estrangeiros - visitem Kerbala nos 10 dias anteriores à Ashura. Todos os hotéis da cidade estão lotados.

Durante os dias anteriores à Ashura, que neste ano cai na quinta-feira, os muçulmanos xiitas frequentemente erguem tendas ao longo da rota da procissão, onde são distribuídos alimentos aos viajantes e os peregrinos podem se reunir.

Outros fiéis caminham em direção a Kerbala, onde se encontra o santuário do imã Hussein, cuja morte em 680 em um ataque do califa Yazid se converteu com o tempo em um símbolo da cisão entre os braços muçulmanos sunita e xiita.

Os militantes sunitas vinculados à Al-Qaeda, que consideram os muçulmanos xiitas infiéis, frequentemente aumentam seus ataques contra a comunidade majoritária do Iraque durante a Ashura.

Outras 15 pessoas perderam a vida no Iraque nesta quarta-feira em diversos atos de violência e a polícia matou três militantes, indicaram fontes oficiais.

Ao leste da cidade de Tikrit, de maioria sunita, um terrorista suicida detonou um veículo carregado de explosivos em um posto de controle policial, matando 11 pessoas, incluindo três policiais.

E perto do antigo reduto insurgente de Fallujah duas bombas colocadas nas casas de policiais, seguidas por uma terceira que explodiu quando os curiosos se reuniram no local, mataram quatro pessoas e feriram outras doze.

Um ataque policial na região desértica de Yazeera, no noroeste do Iraque, terminou com a morte de três militantes. Quatro policiais também ficaram feridos nesta operação.

As mortes desta quarta-feira foram as últimas na pior onda de violência registrada no Iraque em diversos ataques neste ano, apesar do fortalecimento das medidas de segurança e das muitas operações contra os rebeldes.

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