Mundo

Ataque russo mata 16 pessoas no leste da Ucrânia

Um ataque com drones explosivos russos já havia provocado uma morte durante a manhã na região de Odessa

Ucrânia: Procuradoria-Geral informou um total de 31 feridos (AFP/AFP Photo)

Ucrânia: Procuradoria-Geral informou um total de 31 feridos (AFP/AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 6 de setembro de 2023 às 13h07.

Ao menos 16 pessoas morreram nesta quarta-feira, 6, em um bombardeio russo que atingiu um mercado no leste da Ucrânia, um ataque que coincide com a visita do secretário de Estado americano, Antony Blinken, a Kiev, onde deve anunciar uma ajuda de um bilhão de dólares (4,9 bilhões de reais na cotação atual).

"A artilharia dos terroristas russos matou 16 pessoas na cidade de Kostantinovka, na região de Donetsk", afirmou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, nas redes sociais.

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo em primeira mão. Inscreva-se no Telegram da Exame

"Infelizmente, o número de mortos e feridos pode aumentar", ressaltou, antes de informar que o ataque atingiu um mercado, lojas e uma farmácia.

Imagens das câmeras de segurança mostram uma rua comercial tranquila quando, de repente, se ouve o estrondo de um projétil e, em seguida, uma explosão muito forte. Outro vídeo mostra edifícios em chamas.

A Procuradoria-Geral informou um total de 31 feridos. "As operações de resgate continuam. Mas há pessoas sob os escombros", acrescentou.

Um ataque com drones explosivos russos já havia provocado uma morte durante a manhã na região de Odessa (sul), onde os portos utilizados para exportar grãos foram alvo de bombardeios.

Bilhões de dólares

Os ataques ocorrem no momento em que Blinken realiza uma visita surpresa ao país, a quarta desde o início da ofensiva russa, em fevereiro de 2022.

Durante o encontro com o chefe da diplomacia ucraniana, Dmitro Kuleba, antes do bombardeio ao mercado, o secretário de Estado americano reafirmou a determinação dos EUA de apoiar Kiev para alcançar a liberação dos territórios ocupados.

"Queremos garantir que a Ucrânia disponha de tudo o que necessita a longo prazo (...) e de fortes meios de dissuasão", afirmou.

Um alto funcionário da sua equipe disse aos jornalistas que esperavam "anunciar mais de um bilhão de dólares em um novo financiamento dos EUA para a Ucrânia no curso desta visita".

O Kremlin, por sua vez, acusou os Estados Unidos de "manterem a Ucrânia em estado de guerra" e garantiu que a sua assistência não pode "influenciar o resultado da operação militar especial", eufemismo utilizado na Rússia para se referir a esta invasão.

A Ucrânia lançou uma contraofensiva em junho contra as tropas russas que ocupam quase 20% do território no sul e no leste de seu território.

Entretanto, o progresso tem sido lento e complicado, diante de um território fortemente minado e da resistência russa, mas Kiev está confiante de uma reviravolta após tomar a localidade de Robotyne no final de agosto, o que poderá abrir o caminho para o sul e para a península da Crimeia.

Moscou nunca reconheceu a cessão desta região e o Ministério da Defesa russo disse na quarta-feira que repeliu quatro ataques ucranianos na área.

Número de combates e civis mortos na guerra da Ucrânia, segundo contagem da ONG ACLED, desde 24 de fevereiro de 2022.

Blinken deverá se reunir com Zelensky para discutir a contraofensiva, assim como uma futura "reconstrução" do país, que já estava entre os mais pobres da Europa antes da invasão, segundo o comunicado do Departamento de Estado.

Em Kiev, o secretário de Estado foi a um cemitério deixar um buquê de flores em memória aos soldados ucranianos da linha de frente.

"Libertar cada centímetro"

Durante sua viagem de trem a Kiev, Blinken conheceu a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, que fez um discurso no Parlamento ucraniano pela manhã.

O americano agradeceu a Frederiksen pela "liderança da Dinamarca", que anunciou há duas semanas que, juntamente com a Holanda, iria entregar caças F-16 à Ucrânia.

Os deputados votaram a favor da substituição de Oleksiy Reznikov, que se tornou um dos rostos da resistência ucraniana, mas foi forçado a deixar o cargo devido a escândalos de corrupção em seu ministério.

O seu sucessor é Rustem Umerov, 41 anos, uma figura importante na comunidade tártara da Crimeia e que tem reputação de negociador discreto e pragmático.

"Farei tudo o possível e impossível pela vitória da Ucrânia, quando tivermos libertado cada centímetro do nosso país e de todos os nossos", disse Umerov no Facebook

Acompanhe tudo sobre:UcrâniaRússiaGuerrasMortes

Mais de Mundo

Rússia forneceu mísseis antiaéreos à Coreia do Norte em troca de tropas, diz diretor sul-coreano

Musk e Bezos discutem no X por causa de Trump

Otan afirma que uso de míssil experimental russo não vai dissuadir apoio à Ucrânia

Líder da Coreia do Norte diz que diálogo anterior com EUA apenas confirmou hostilidade entre países