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Ataque na Síria mata dois soldados dos EUA e intérprete

Pentágono atribui ataque a militante solitário do Estado Islâmico e afirmou que haverá retaliações

Donald Trump: presidente dos EUA falou sobre o ataque na Síria que matou dois soldados americanos e um intérprete em 13 de dezembro de 2025. e (DANIEL HEUER / AFP)

Donald Trump: presidente dos EUA falou sobre o ataque na Síria que matou dois soldados americanos e um intérprete em 13 de dezembro de 2025. e (DANIEL HEUER / AFP)

Publicado em 13 de dezembro de 2025 às 17h02.

Dois soldados dos Estados Unidos e um intérprete civil americano morreram em um ataque neste sábado perto da cidade de Palmira, no centro da Síria, segundo o Pentágono.

Outros três militares americanos ficaram feridos na ação, que ocorreu durante uma missão conjunta de contraterrorismo com forças sírias, segundo o Wall Street Journal.

De acordo com o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, tropas dos EUA e da Síria foram alvo de disparos enquanto protegiam um local onde ocorria uma reunião com autoridades do Ministério do Interior sírio. O encontro foi descrito por Parnell como um “key leader engagement”, termo militar usado para reuniões estratégicas com lideranças locais.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou a jornalistas na Casa Branca que o país vai retaliar. Em postagem no Truth Social, o republicano disse que o presidente da Síria estaria chocado com o caso.

"O presidente da Síria, Ahmed al-Sharaa, está extremamente irritado e perturbado com esse ataque. Haverá uma retaliação muito séria", escreveu o presidente.

Pentágono atribui ataque a militante solitário do Estado Islâmico

O Comando Central dos EUA (Centcom) afirmou que o ataque foi conduzido por um atirador solitário do Estado Islâmico (ISIS). Segundo a agência estatal síria, ao menos dois integrantes das forças de segurança do país também ficaram feridos.

Um oficial americano afirmou que o ataque ocorreu em uma área onde o governo sírio ainda não exerce controle efetivo, o que reforça a instabilidade da região mesmo após a mudança de poder no país.

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, declarou em uma publicação nas redes sociais que o autor do ataque foi morto por forças parceiras.

“Que fique claro: se você atacar americanos — em qualquer lugar do mundo — passará o resto de sua breve e ansiosa vida sabendo que os Estados Unidos vão caçá-lo, encontrá-lo e matá-lo sem piedade”, escreveu.

Demonstração de força e investigação em andamento

Após o ataque, os Estados Unidos enviaram dois caças F-16 para sobrevoar Palmira como demonstração de força, segundo um alto funcionário americano. Os militares feridos e os corpos das vítimas foram transportados de helicóptero para a base americana de al-Tanf, no sul da Síria.

O Pentágono informou que os nomes e as unidades dos soldados mortos ainda não foram divulgados e só serão tornados públicos 24 horas após a notificação das famílias. O ataque segue sob investigação.

Apesar de os EUA terem declarado em 2019 que o Estado Islâmico estava amplamente derrotado, o grupo segue ativo. Dados das Forças Democráticas Sírias (SDF) indicam que militantes do ISIS realizaram 117 ataques no nordeste da Síria até o fim de agosto, superando os 73 registrados em todo o ano passado. O grupo também já planejou ações em Damasco, a cerca de 270 quilômetros de suas bases no leste do país, segundo autoridades sírias.

Atualmente, os Estados Unidos mantêm cerca de 1.000 soldados na Síria, concentrados principalmente no leste do país — número inferior aos aproximadamente 2.000 militares presentes em abril, de acordo com o WSJ.

Nos últimos meses, Washington fechou ou transferiu várias bases para as SDF, milícia liderada por curdos que controla grande parte da região.

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