Mundo

Assassino sueco era jovem racista fascinado por Hitler

A escola que ele escolheu atacar contava com uma alta porcentagem de imigrantes entre seus alunos


	Mãe e aluna vão embora da escola após ataque na Suécia: o assassino resolveu passar da teoria à ação em um bairro pobre, onde é alto o nível de segregação racial e desemprego
 (Reuters / Bjorn Larsson Rosvall)

Mãe e aluna vão embora da escola após ataque na Suécia: o assassino resolveu passar da teoria à ação em um bairro pobre, onde é alto o nível de segregação racial e desemprego (Reuters / Bjorn Larsson Rosvall)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2015 às 11h26.

O jovem de 21 anos que usou uma espada nesta quinta-feira para matar duas pessoas em uma escola na Suécia sentia fascínio por Hitler e partilhava dos ideais da extrema direita.

A escola que ele escolheu atacar contava com uma alta porcentagem de imigrantes entre seus alunos, o que o atraiu por causa de suas "motivações racistas".

A polícia sueca investiga a fundo a vida deste jovem sem histórico criminoso, morador da cidade industrial de Trollhättan (sudoeste), que possui 20% de imigrantes em sua população.

O assassino resolveu passar da teoria à ação em um bairro pobre, onde é alto o nível de segregação racial e desemprego. E atacou um colégio marcado pelo fraco desempenho escolar.

As forças de segurança, que o mataram no local do crime, não revelaram sua identidade, mas a imprensa sueca assegura tratar-se de Anton Lundin-Pettersson, nativo da cidade.

Nesta sexta-feira, os policiais seguiam fazendo buscas na casa de dois andares em um bairro de classe média, onde o jovem morava sozinho.

Para determinar o motivo do crime, os investigadores baseiam-se em objetos encontrados na casa, "seus atos e conduta no local do crime", assim como a escolha das vítimas.

Ele fez a escolha "em função das origens étnicas", afirmou o oficial Niklas Hallgren.

Jovens, brancos, solitários

Segundo a imprensa sueca, as provas recolhidas no apartamento passam uma ideia clara da ideologia desse homem, cujos conhecidos descrevem como alguém educado e fechado.

"Sempre estava vestido de preto, ou com roupas de camuflagem", comentou uma pessoa próxima a ele ao jornal Aftonbladet.

Anton Lundin-Pettersson era, ao que parece, hostil ao islã, xenófobo e partidário da celebração de um referendo sobre a imigração, como exige o partido Democratas da Suécia (o terceiro maior com representação parlamentar).

Ele gostava de filmes de guerra, livros de Stephen King e rock pesado. "Era solitário. Jogava videogames, vivia em seu mundo", contou um antigo colega de turma contatado pelo jornal Expressen.

A revista Expo, especialista em extrema-direita, afirma que o jovem havia publicado em sua conta no YouTube vários filmes sobre Adolf Hitler e nazismo.

E seguia páginas no Facebook que cultuam o Terceiro Reich. Um perfil similar a de outros jovens brancos, solitários e racistas que tristemente ficaram famosos com ações parecidas.

Em 2012, quando era estudante, o jovem sueco apareceu nos jornais por chegar junto com um colega às finais de um concurso de jovens inventores.

Não é conhecido nenhum vínculo com o bairro de Kronogård, onde ocorreram os assassinatos, cerca de 5km de sua casa. Ninguém havia ouvido falar dele lá.

Na sexta-feira, apareceu na escola vestido de preto, exibindo uma máscara de "Guerra das Galáxias" e um capacete parecido com os que usavam o exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial.

Sua roupa não assustou os alunos, que acharam que tratava-se de uma brincadeira e até tiraram fotos com ele.

Acompanhe tudo sobre:EscolasEuropaMortesPaíses ricosPreconceitosRacismoSuécia

Mais de Mundo

Drone ucraniano atinge prédio de 37 andares na Rússia; veja vídeo

Sobe para cinco o número de mortos em ataque a Mercado de Natal na Alemanha

Volkswagen fecha acordo com sindicatos para cortar 35 mil postos de trabalho na Alemanha

Pandemia traz lições de como lidar com tarifas de Trump, diz professor de inovação no IMD