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Assassinas de Kim Jong-nam eram mercenárias, diz ex-agente

O mais provável é que se trate de "mulheres contratadas como mercenárias para o ataque" contra Kim Jong-nam e procedentes do sudeste asiático

Kim Jong-nam: A polícia malásia deteve nesta semana uma mulher vietnamita e outra indonésia como supostas autoras do suposto assassinato (Eriko Sugita/File Photo/Reuters)

Kim Jong-nam: A polícia malásia deteve nesta semana uma mulher vietnamita e outra indonésia como supostas autoras do suposto assassinato (Eriko Sugita/File Photo/Reuters)

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EFE

Publicado em 18 de fevereiro de 2017 às 08h55.

Tóquio - A ex-agente norte-coreana Kim Kyon-hui, uma das autoras do mortal atentado contra um voo sul-coreano em 1987, afirmou neste sábado que as duas mulheres detidas na Malásia como suspeitas do assassinato do irmão mais velho do líder da Coreia do Norte eram provavelmente mercenárias.

"Não posso acreditar que sejam agentes que tenham completado um rigoroso treino na Coreia do Norte", afirmou Kim em entrevista no jornal japonês "Mainichi".

De acordo com esta ex-agente, o mais provável é que se trate de "mulheres contratadas como mercenárias para o ataque" e procedentes do sudeste asiático "para não levantar suspeitas".

A polícia malásia deteve nesta semana uma mulher vietnamita e outra indonésia como supostas autoras do suposto assassinato de Kim Jong-nam, que morreu a caminho de um hospital após ser aparentemente envenenado.

Aparentemente, as duas mulheres o abordaram no aeroporto internacional de Kuala Lumpur antes de passar pelos controles de imigração e, enquanto uma o distraía, a outra o envenenou.

"Acho que é estranho. As duas mulheres não parecem ter recebido uma rigorosa preparação física e psicológica na Coreia do Norte", afirmou Kim, que se passou por uma cidadã japonesa para cometer o atentado em 1987.

Kim completou uma formação como espiã de quase oito anos antes de instalar uma bomba junto com outro agente norte-coreano no Boeing 707 de Korean Air, que explodiu em pleno voo e deixou 115 mortos, um crime pelo qual foi condenada à morte na Coreia do Sul embora sua pena foi perdoada posteriormente.

A ex-agente também tachou de inverossímil a versão de uma das mulheres detidas na Malásia, que durante seus interrogatórios relatou que pensava que estava participando de uma piada, segundo recolheu a imprensa local.

Além disso, Kim afirmou que a data na qual o primogênito do ex-ditador Kim Jong-il faleceu em Kuala Lumpur -em 15 de fevereiro- é exatamente a mesma na qual há duas décadas foi mortalmente atacado em Seul seu sobrinho, Yi Han-yong.

Yi, cujo nome de nascimento era Ri Il-nam, era filho de Song Hye-rang (irmã de Song Hye-rim, a primeira concubina de Kim Jong-il) e desertou para Coreia do Sul em 1982. Em 15 de fevereiro de 1997, recebeu vários disparos que lhe mataram, sem que os responsáveis fossem achados.

"Poderia ser só uma coincidência. Mas ambos ataques foram cometidos justo um dia antes de 16 de fevereiro, quando é celebrado o aniversário de Kim Jong-il", ressaltou a célebre ex-terrorista norte-coreana, que vive atualmente na Coreia do Sul.

Kim Jong-nam nasceu em 1971 em Pyongyang fruto da relação entre o morto ditador norte-coreano e a antes citada Song Hye-rim.

Além das duas mulheres, as autoridades malaias detiveram outro homem desta nacionalidade e um norte-coreano por vínculo com o caso.

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