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Assange afirma que 'efeito político' de Obama é 'corrosivo'

Assange afirmou que como parte do combate ao terrorismo, o presidente Obama "revisa um fichário com nomes e fotos de pessoas para escolher quem matar em segredo"


	Julian Assange, fundador do Wikileaks, afirmou que prefere os 2 últimos anos de Bush que os 4 de Obama
 (Oli Scarff/Getty Images)

Julian Assange, fundador do Wikileaks, afirmou que prefere os 2 últimos anos de Bush que os 4 de Obama (Oli Scarff/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2012 às 14h26.

Buenos Aires - O criador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, opinou que o 'efeito político' do presidente americano, Barack Obama, que tentará a reeleição em novembro, é 'corrosivo e perigoso'.

'Se comparamos os últimos dois anos de (George W.) Bush com os últimos quatro anos de Obama, então em um instante escolho os últimos dois anos de Bush', afirmou Assange em um extensa entrevista publicada neste domingo pelo jornal argentino 'Página/12'.

Asilado há três meses na embaixada equatoriana em Londres, Assange disse que na Casa Branca, como parte do suposto combate ao terrorismo, 'toda terça-feira o presidente revisa um fichário com nomes e fotos de pessoas para escolher quem matar em segredo, de forma sumária, sem nenhum processo judicial, sem nenhuma supervisão pública'.

'Obama também comandou o ataque contra o Wikileaks e desprezou qualquer investigação sobre as torturas aplicadas pela CIA. E os programas de sequestros e secretos voos da CIA, e os programas de vigilância em massa da população', acrescentou.

Neste sentido, considerou que nos Estados Unidos só a oposição é capaz de restringir 'o poder do governo', mas descartou que os republicanos possam exercer este papel, e por isso que, segundo sua opinião, as próximas eleições deveriam devolver os democratas à oposição.

'Os democratas na oposição são uma força moderadora em relação às liberdades civis, com relação ao complexo industrial militar, são significativamente mais efetivos como força moderadora que os republicanos', comentou.


Em relação à sua situação pessoal, Assange disse que 'para bem ou para mal' se acostumou à clausura dentro da embaixada equatoriana e assegurou que após ter estado quatro dias em uma cela de isolamento em 2011, detido pelo Reino Unido a pedido da Suécia, aprendeu que é capaz de 'sobreviver'.

'Claro que é uma injustiça, mas ganhamos muito. Por isso estava completamente contente e confiante quando estava na cela de isolamento, porque no final era um preço pequeno que tive que pagar por algo que realmente acredito e o mesmo acontece com minha situação aqui', explicou.

Após perder seus recursos no Reino Unido para evitar sua extradição à Suécia, país que lhe reivindica para interrogar-lhe sobre supostos delitos sexuais que ele nega, Assange se refugiou em junho na embaixada do Equador em Londres.

O hacker, por sua vez, garante que é alvo de uma perseguição política pela divulgação por parte do Wikileaks de milhares de documentos diplomáticos que envergonharam vários países, especialmente os EUA.

O australiano acredita que se a Suécia o extraditar aos EUA poderia ser condenado à pena de morte ou à prisão perpétua por publicar informação confidencial. EFE

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