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Assad lidera lista de suspeitos de crimes de guerra

Presidente sírio encabeça uma lista com os nomes de 20 autoridades e rebeldes que possivelmente poderão ser indiciados de crimes de guerra


	Cartaz do presidente sírio, Bashar al-Assad
 (AFP/Getty Images)

Cartaz do presidente sírio, Bashar al-Assad (AFP/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2014 às 18h16.

Genebra - O presidente sírio, Bashar al-Assad, encabeça uma lista com os nomes de 20 autoridades e rebeldes que possivelmente poderão ser indiciados de crimes de guerra em processos futuros, disse um ex-promotor nesta terça-feira.

A lista, preparada por especialistas, foi entregue ao Tribunal Penal Internacional (ICC, na sigla em inglês), citando uma violação específica para cada incidente do Estatuto de Roma, sob o qual um suspeito pode ser acusado, de acordo com David Crane, ex-promotor-chefe do Tribunal Especial de Serra Leoa e hoje chefe do Projeto de Responsabilização na Síria.

Uma equipe separada de investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU) elaborou quatro listas confidenciais de suspeitos de crimes de guerra de todos os lados na Síria, mas se recusou a revelar nomes.

Crane disse que a lista compilada por seu grupo de especialistas inclui militares sírios e membros da elite política local, além dos grupos islâmicos rebeldes Isis e Frente Al-Nusra, embora só tenha mencionado Assad.

“Temos cerca de 20 indiciamentos daqueles que arcam com a maior responsabilidade. Este é um esforço neutro. Não estamos indo só atrás de Assad e seu assecla, estamos documentando todos os incidentes dos dois lados”, afirmou Crane à Reuters.

Ele falava depois de participar de um conselho de discussão sobre tortura e outros crimes cometidos em centros de detenção durante a guerra civil síria, que começou com manifestações pacíficas contra Assad em março de 2011.

Imagens feitas por um fotógrafo da polícia militar síria de codinome Caesar, publicadas em janeiro, forneceram “provas claras” mostrando tortura e assassinato sistemáticos de cerca de 11 mil detidos em condições semelhantes aos campos de concentração nazistas, disseram ex-promotores, incluindo Crane.

“Raramente conseguimos este tipo de prova, a maior parte é circunstancial", disse Crane a respeito das 55 mil fotografias de corpos, muitos com os olhos arrancados e exibindo sinais de desnutrição.

“Que ninguém se engane, estas fotos não poderiam ser falsificadas... Não é o ato de um coronel impetuoso ou de um major ruim, é política de governo”, afirmou Sir Desmond de Silva, coautor de uma análise das fotos de "Caesar" e outro ex-promotor-chefe de Serra Leoa.

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