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Assad indica reconciliação, mas não deve sair

O presidente sírio propôs uma conferência de reconciliação nacional, eleições e uma nova constituição, mas afirmou que negociará apenas com os que "não traíram a Síria".


	O presidente sírio, Bashar al-Assad, parecia confidente e relaxado durante discurso
 (©AFP/Sana/File)

O presidente sírio, Bashar al-Assad, parecia confidente e relaxado durante discurso (©AFP/Sana/File)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2013 às 12h38.

Beirute - O presidente sírio Bashar Assad fez um discurso neste domingo no qual afirma estar pronto para dialogar e ofereceu um plano de reconciliação, mas ignorou os pedidos internacionais para deixar o poder. Assad pediu em contrapartida que primeiro os países regionais e do Ocidente interrompam o financiamento e ajuda aos rebeldes que estão tentando tirá-lo do poder. A oposição síria rejeitou a proposta de Assad e a União Europeia (UE) reiterou que o presidente sírio precisa deixar o poder e permitir a transição política no país.

Em uma hora discurso à nação Assad, que parecia confidente e relaxado, disse que seu país está sendo objeto de ataques sem precedentes e que o conflito pode ser resolvido apenas por meio do movimento popular. O presidente sírio propôs uma conferência de reconciliação nacional, eleições e uma nova constituição, mas afirmou que negociará apenas com os que "não traíram a Síria".

A oposição síria, no entanto, já afirmou que não aceita nada menos do que a saída do presidente. "Dissemos na fundação da Coalizão Nacional que queremos uma solução política, mas temos agora 60 mil mártires. Os sírios não fizeram esse sacrifício para ajudar a fortalecer esse regime tirânico", afirmou o porta-voz da coalizão Walid al-Bunni.

Já a porta-voz da União Europeia, Catherine Ashton disse em comunicado que "observaremos cuidadosamente se existe alguma coisa nova no discurso, mas mantemos nossa posição de que Assad devera dar lugar à transição política". Separadamente, os secretário de Relações exteriores do governo Britânico, William Hague, disse que o primeiro discurso à nação feito por Assad desde de junho passado foi totalmente "vazio de promessas".

Falando do Opera House no centro de Damasco, Assad disse aos seus apoiadores que o país está em estado de guerra e que a luta é contra agressões externas que são mais perigosas do que qualquer outras, "porque nos jogam uns contra os outros". "Essa é uma guerra entre uma nação e seus inimigos", afirmou. O discurso foi interrompido por diversas vezes com aplausos e aprovações.


Em discursos anteriores, Assad havia dito que as forças estavam combatendo grupos de "criminosos assassinos" e negou que existe um levante contra sua família há longo tempo no poder.

O presidente sírio usou tom provocador ao dizer que a Síria não irá seguir ordens de ninguém e que o conflito não é entre o Estado e a oposição, mas entre a nação e seus inimigos. Assad pediu um diálogo nacional após o fim das operações militares, ainda que tenha afirmado que não encontrou parceiros para esse diálogo.

Assad, que raramente veio à público desde o levante contra o governo em março de 2011, pediu a todos os sírios que tomem parte na iniciativa que poria fim aos quase 22 meses de conflito, mas não forneceu qualquer detalhe sobre seus planos.

Seus últimos comentários públicos foram em uma entrevista em novembro para uma TV Russa, na qual ele prometeu morrer pela Síria. Neste domingo, o presidente parecia igualmente confidente na capacidade de suas tropas vencerem os rebeldes, mesmo que eles estejam mais próximos do que nunca de seu poder em Damasco.

Usando terno e gravata, Assad falou diante de uma colagem de fotos que parecia ser de sírios mortos desde março de 2011. Ao final do discurso, quando saia do local ele foi saudado por um grupo de apoiadores leais que gritaram: "Com nosso sangue e nossa alma o salvamos Bashar". As informações são da Associated Press.

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