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Assad cogita reeleição e diz que conferência não tem data

Presidente sírio disse que ainda não há data marcada para uma conferência internacional que discutirá a guerra civil do seu país

Presidente da Síria, Bashar al-Assad, durante entrevista para a rede de televisão al-Mayadin, em Damasco (SANA/Divulgação via Reuters)

Presidente da Síria, Bashar al-Assad, durante entrevista para a rede de televisão al-Mayadin, em Damasco (SANA/Divulgação via Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2013 às 20h05.

Beirute - O presidente da Síria, Bashar al Assad, disse na segunda-feira que ainda não há data marcada para uma conferência internacional que discutirá a guerra civil do seu país, e colocou em dúvida o sucesso dessa empreitada caso ela seja realizada agora.

Governos árabes e ocidentais esperam que a conferência dê início a uma transição política na Síria, mas Assad voltou a dar sinais de que não pretende deixar o poder, e declarou que pensa em disputar um novo mandato em 2014.

"Pessoalmente, não vejo quaisquer obstáculos em ser indicado para concorrer nas próximas eleições presidenciais", disse Assad à TV síria Al Mayadeen quando questionado sobre a conveniência de realizar o pleito na data prevista, em 2014.

A Rússia, principal aliada de Assad no cenário internacional, propôs meses atrás a realização de uma conferência para discutir soluções para a guerra civil da Síria, que já dura dois anos e meio.

No domingo, o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, disse que a conferência, conhecida como Genebra 2, foi preliminarmente marcada para 23 de novembro, mas Lakhdar Brahimi, representante especial da ONU para a questão síria, diz que a data não foi oficialmente adotada.

Mostrando-se animado e confiante em duas horas de entrevista, Assad - cujas forças vêm obtendo vitórias sobre os rebeldes ultimamente - disse ao entrevistador que "não há data por enquanto" para a conferência de paz, e que "fatores atuais não ajudam na sua realização".

Segundo Assad, grupos da oposição convidados para o evento representam potências estrangeiras, e não sírios. Ele criticou Catar, Turquia, Arábia Saudita, Estados Unidos e também a Irmandade Muçulmana da Síria, que ele descreveu como um grupo terrorista.

"Muitas questões acerca dessa conferência continuam sobre a mesa", afirmou ele.

As partes envolvidas discordam sobre quem deverá participar da conferência, e se o afastamento de Assad do poder seria uma pré-condição.

Falando em Paris, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, questionou a conveniência de convidar o Irã - aliado de Assad - para a discussão. "É muito difícil ver como o Irã pode ser construtivo na ausência da sua disposição de vir para o propósito da negociação", disse Kerry a jornalistas.

Assad herdou o poder do seu pai, Hafez, em 2000, e foi confirmado no cargo em uma eleição na qual não teve adversários. Ele foi reeleito em 2007.

Sua família governa a Síria há mais de 40 anos, e o Parlamento é considerado uma mera formalidade.

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