As mulheres políticas mais influentes, segundo a Fortune
Com as mulheres liderando grandes nações, cidades e movimentos políticos, a lista das personalidades mais influentes do mundo não poderia ficar sem elas
Elas lideram (Fabrizio Bensch / Reuters)
Clara Cerioni
Publicado em 25 de março de 2016 às 14h09.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h17.
A revista Fortune divulgou, nesta quinta-feira, a lista dos 50 líderes mais influentes do mundo. E, entre os escolhidos, as mulheres políticas estão com os holofotes, inclusive no primeiro lugar. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que no ano passado nem apareceu na lista, neste ano foi a personalidade mais votada. À frente da maior economia da Europa há 10 anos, Merkel é única líder que continua no cargo depois da crise financeira de 2008 e chegou até a ser cogiatada para o Prêmio Nobel da Paz. A líder sempre foi muito elogiada pela forma que lidou com a crise econômica na Alemanha e já esteve em outras listas como personalidade influente. Atualmente, Merkel enfrenta a crise dos refugiados na União Europeia e vê a sua popularidade diminuir. A Fortune reconhece a sua inspiração e influência no mundo, mas questiona até quando isso vai durar. A Exame.com reuniu as outras personalidades femininas que estão na lista. Veja nas imagens.
Aung, que ficou em 3º lugar na lista geral, é líder da democracia na Birmânia, atual Mianmar, e secretária-geral da Liga Nacional pela Democracia (LND). Em 1991, foi vencedora do Prêmio Nobel da Paz e, recentemente, foi eleita como ministra das Relações Exteriores do novo governo de seu país. Filha de um dos fundadores do movimento pela independência do Mianmar pós-Segunda Guerra Mundial, ela ficou no exílio até 1988 por defender ideiais democráticos e voltou determinada a se opor à ditadura militar vigente até então. Seu desafio agora é estabilizar a economia de Mianmar, que há 50 anos não conhece um regime democrático. Para a Fortune, ela é uma autêntica líder e sua força para fazer o bem é inspiradora.
Filha de um presidente da Costa Rica, Figures que ficou em 7º lugar no ranking, liderou uma revolução em 1948 e se tornou chefe de mudanças climáticas das Nações Unidas em 2010. Ela é a encarregada por travar os efeitos catastróficos do aquecimento global no mundo. Trabalhou durante seis anos para convencer os governos a firmar um acordo sobre a limitação das emissões de carbono e desaceleração do crescimento de combustíveis fósseis no mundo. Foram seus esforços que deram vida à Conferência Climática de Paris no ano passado, onde 195 países assinaram um acordo de responsabilidade para não aumentar a temperatura do mundo mais de 2ºC. É esperado que ela se torne, em breve, a primeira Secretária Geral da ONU mulher.
Com 83 anos, a juíza Ginsburg se tornou um ícone cultural e político americano, depois que um estudante de direito entrou em contato com seu livro "O legado de Ruth Bader Ginsburg" e divulgou no Tumblr. O fascínio das pessoas por seu trabalho se deu por conta de sua inteligência, habilidade, resiliência e voz forte. Para a Fortune, que a escolheu em 9º lugar, Ginsburg serve como exemplo para todos por conectar em seu trabalho uma missão mais significativa do que seu próprio interesse.
A primeira ministra de Bangladesh é a única mulher líder que faz parte da Organização dos Estados Membros de Cooperação Islâmica.
Ela ficou em 10º lugar no ranking da Fortune por ter se comprometido a assegurar proteção legal às mulheres e ajudá-las a alcançar mais educação, liberdade financeira e poder político em um país que tem a quarta maior população de muçulmanos do mundo.
Hasina conseguiu fazer com que Bangladesh alcançasse a maior pontuação dos países do Sul da Ásia no World Economic Forum's Gender Gap, um índice que avalia a participação das mulheres na política e economia de seu país.
No meio da corrida presidencial Norte Americana, que tem Donald Trump como candidato republicano favorito, a governadora da Carolina do Sul mostra que ele não é o único caminho para o país.
Foi por esse o motivo que a Fortune escolheu como 17º líder mais influênte do mundo. Além disso, Haley não deixa seus ideiais de lado quando o motivo é fazer o estado andar para frente.
No verão passado, na sequência do massacre de nove afro-americanos em uma igreja no sudeste do estado, a governadora retirou a bandeira confederada do captólio como protesto pela simbologia que a bandeira tem.
7. 7º Alicia Garza, Patrisse Cullors, and Opal Tometizoom_out_map
7/11(Rob Kim / AFP)
Para fazer política não precisa, necessariamente, liderar um país ou um estado. Política também é feita diariamente pela sociedade. Como foi o caso das fundadoras do movimento "Black Lives Matter". Alicia Garza, Patrisse Cullors e Opal Tometi resolveram fundar um movimento negro que hoje atua em mais de 28 capitais dos EUA e combate as injustiças, discriminações e brutalidades raciais. No ano passado os participantes forçaram os políticos de cada cidade a resolver os problemas de racismo. Para a Fortune, essas mulheres conseguiram manter viva uma discussão importantíssima ainda para o mundo. Elas ficaram na 27º posição da lista.
Como diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Lagarde ocupa o cargo mais alto da organização e, pela primeira vez, representa as mulheres nessa função. Ela já foi Ministra das Finanças, Indústria e Emprego na França e hoje, no FMI, luta para evitar uma crise de dívida em mercados emergentes, além de persuadir o Congresso a honrar as reformas que os Estados Unidos se comprometeram a fazer durante a crise de 2008. A Fortune a elegeu como 36º líder mais influente do mundo.
Gina Raimondo é um exemplo de líder política equilibrada. A governadora de Rhode Island enfrentava, ainda quando era tesoureira, um grande desafio diariamente: apesar de Rhode Island ser o menor estado dos EUA, ele era o lugar com um dos maiores problemas fiscais do país em 2014. Ela então projetou uma reforma que reduziu o aumento do custo de vista dos moradores e salvou o estado. Sindicatos e o setor público não reconheceram sua atitude, mas os eleitores sim. Raimondo foi nomeada governadora de Rhode Island e, em 2015, negociou acordos legais para preservar as suas reformas políticas. Para Fortune, que a escolheu como 38º líder, ela deveria ser uma inspiração no mundo inteiro.
A ministra do meio ambiente da Nigéria, Amina Mohammed, reuniu 193 países em 2015 para discutir os próximos passos das questões globais e traçar um mesmo objetivo aos países. Com uma política de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ela foi eleita como a 39º personalidade, por ter ajudado a reduzir o abismo entre países em desenvolvimento e nações de primeiro mundo. Seu próximo passo é conscientizar os nigerianos sobre energia renovável.