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Argentina processará empresas que atuam nas Malvinas

Entre as empresas que podem ser afetadas pela decisão argentina estão a BP, Rochhopper, Borders & Southern e Falkland Oil & Gas

A medida deve aprofundar a tensão diplomática entre a Argentina e o Reino Unido na disputa pela soberania das Ilhas Malvinas (Ken Griffiths/Wikimedia Commons)

A medida deve aprofundar a tensão diplomática entre a Argentina e o Reino Unido na disputa pela soberania das Ilhas Malvinas (Ken Griffiths/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2012 às 19h50.

Buenos Aires - O governo argentino de Cristina Kirchner vai processar as companhias petrolíferas que operam nas Ilhas Malvinas (chamadas de Falkland pelos ingleses) e demais empresas, consultorias e analistas envolvidos nas operações, anunciou nesta quinta-feira o chanceler Héctor Timerman, em entrevista coletiva à imprensa. Entre as empresas que podem ser afetadas pela decisão argentina estão a BP, Rochhopper, Borders & Southern e Falkland Oil & Gas.

O chanceler também mencionou que serão objetos de ações legais bancos, investidores, consultorias, analistas de risco e auditores que dão suporte técnico, financeiro e legal às operações, como o Royal Bank of Scotland, Macquarie Group, Credit Suisse, Morgan Stanley, Barclays e Standard Chartered Bank. Timerman afirmou que a decisão foi "uma ordem da presidente Cristina Kirchner. "Este governo não vai deixar passar um só dia sem levar adiante uma ação perante um juizado local ou internacional, que nos permita proteger os recursos naturais", avisou.

A medida deve aprofundar a tensão diplomática entre a Argentina e o Reino Unido na disputa pela soberania das Ilhas Malvinas, faltando apenas algumas semanas para o aniversário de 30 anos da guerra pelo arquipélago. A exploração de petróleo no Atlântico Sul pelos britânicos começou com a Rockhopper, que está explorando no norte do arquipélago e projeta o início de extração de petróleo em 2016. "Está totalmente provado que é ilegítima qualquer atividade de exploração na zona em litígio, conforme decisão da Organização das Nações Unidas (ONU)", disse Timerman.


O chanceler argentino disse que a Argentina enviará notas de advertência a todas as empresas envolvidas ou que tenham interesses nas operações e também às bolsas e instituições reguladoras das bolsas sobre "a ilegalidade de suas ações". O chanceler disse que o Reino Unido "colocou essas empresas em uma atividade ilegal ao conceder licenças ilegítimas para operar" no arquipélago.

"Vamos defender os recursos naturais do Atlântico Sul porque são propriedade do povo argentino", afirmou. Ele recordou que nenhum governo pode conceder unilateralmente licenças de exploração de recursos naturais em áreas que estão em disputa. No caso das Malvinas, lembrou, há determinações da ONU para que o Reino Unido sente à mesa para negociar a soberania com a Argentina.

O chanceler argentino disse que o governo Kirchner vai tentar de todas as formas buscar a maneira de "castigar e fazer com que as leis se apliquem, que as resoluções nas Nações Unidas sejam respeitadas e que Grã Bretanha cumpra a resolução 2065 que fala de resolução pacífica de um conflito de soberania", ressaltou.

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