Mundo

Argentina inicia greve de 24 horas contra impostos

Paralisação de 24 horas foi convocada para pedir a redução ou a eliminação de um imposto aplicado sobre os salários

A presidente argentina Cristina Kirchner discursa no Congresso, em Buenos Aires (Juan Mabromata/AFP)

A presidente argentina Cristina Kirchner discursa no Congresso, em Buenos Aires (Juan Mabromata/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de março de 2015 às 08h53.

Buenos Aires - A greve geral liderada pelo setor dos transportes contra o aumento de impostos na Argentina teve início no primeiro minuto desta terça-feira.

A paralisação de 24 horas foi convocada para pedir a redução ou a eliminação de um imposto aplicado sobre os salários e servirá para medir forças antes do início das negociações salariais paritárias com as empresas.

A medida de força, quarta desse tipo desde 2012, é também uma demonstração de poder ao próximo governo que assumirá em dezembro.

O protesto ameaça paralisar os serviços de ônibus, metrô, trens, táxis, abastecimento de combustíveis, transporte aéreo comercial, cargas e portos, além dos setores médico, bancário e de alimentação, entre outros.

Devido à greve, as companhias aéreas TAM e Lan Chile anunciaram o cancelamento dos voos procedentes e para a Argentina.

Uma greve política

O chefe de Gabinete, Aníbal Fernández, criticou nesta segunda-feira os grevistas em uma coletiva de imprensa. "Que país lindo seria se não houvesse nenhum imposto! Mas isso é impensável. Este imposto é cobrado no mundo todo".

"Começaremos a tomar decisões de outras características quando não houverem as condições mínimas necessárias para que se possa prestar o serviço que esperamos", ameaçou Fernández. "Aqueles que cometerem excessos serão presos".

Partidos de esquerda anunciaram nesta segunda-feira que tentarão formar piquetes em acessos à capital federal, mas sem contar com o apoio dos sindicatos convocadores, que não farão comícios e passeatas.

O governo se reuniu nesta segunda-feira com empresários do transporte para obter a garantia de um serviço mínimo, sob a ameaça de sanções.

Os sindicatos responderam com dureza contra o que entenderam como uma provocação e anunciaram que, se suas demandas não forem atendidas, será feita uma nova greve, desta vez por 36 horas.

"Precisamos de um espaço para o diálogo. E se continuarem com as provocações e sem dar respostas às reclamações, as medidas de força vão aumentar", afirmou o líder do sindicato de caminhoneiros e membro de uma central trabalhista opositora, Hugo Moyano, um ex-aliado de Kirchner.

Segundo o ministro da Economia, Axel Kicillof, o imposto não será modificado porque "afeta uma minoria que ganha mais", cerca de 850 mil trabalhadores sobre uma força de 11 milhões de assalariados, segundo estimativas oficiais.

O imposto é aplicado progressivamente sobre os salários superiores a 15.000 pesos (1.700 dólares) até uma alíquota máxima de 35%.

No fim do ano passado, o governo conseguiu que os sindicatos suspendessem uma greve parecida, ao anunciar que o rendimento médio de dezembro seria isento de imposto de renda.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaGrevesImpostosLeão

Mais de Mundo

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique