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Após vitória de Orbán na Hungria, jornal e rádio opositores fecham

Os veículos anunciaram o fim das atividades dois dias depois da vitória do primeiro-ministro húngaro e de seu partido, o Fidesz

Órban: depois da adoção em 2015 de impostos que afetou os veículos de imprensa do investidor, a relação entre ambos se deteriorou (Leonhard Foeger/Reuters)

Órban: depois da adoção em 2015 de impostos que afetou os veículos de imprensa do investidor, a relação entre ambos se deteriorou (Leonhard Foeger/Reuters)

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EFE

Publicado em 10 de abril de 2018 às 12h17.

Budapeste - O jornal "Magyar Nemzet" e a emissora de rádio "Lánchíd", ambos propriedade de um dos maiores opositores do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, fecharam nesta terça-feira, dois dias depois da vitória do chefe de Governo e de seu partido, o Fidesz, nas eleições legislativas do último domingo.

Em um breve comunicado, a editora Nemzet, do investidor Lajos Simicska, anunciou que o jornal, que com seus 80 anos é um dos veículos de imprensa mais antigos da Hungria, deixará de ser publicado devido "a problemas de financiamento".

Em outra breve nota, a mesma empresa comunica o fechamento definitivo da emissora de rádio.

Simicska era uma pessoa de confiança de Orbán, mas, depois da adoção em 2015 de impostos que afetou os veículos de imprensa do investidor, a relação entre ambos se deteriorou.

O empresário advertiu então que lançaria "uma guerra total" contra o premiê e, durante a última campanha eleitoral, o "Magyar Nemzet" revelou vários escândalos de corrupção e de desvio de dinheiro que envolvem círculos próximos ao chefe de Governo.

"O 'Magyar Nemzet' sobreviveu à era fascista, aos comunistas, mas caiu com o regime de Orbán", comentou hoje György Unyatyinszki, um dos repórteres do jornal.

Zsombor György, redator, afirmou que o político ecologista Péter Ungár estaria disposto a investir no "Magyar Nemzet" para salvá-lo.

Por outro lado, o portal de notícias "hvg" indicou que o canal "Hír TV", também propriedade de Simicska, continuará funcionando, mas "haverá ajustes", não definidos até o momento.

As poucas esperanças da frágil e dividida oposição política quanto aos casos de corrupção que envolvem o Executivo prejudicarem a popularidade do chefe de governo e do Fidesz não se confirmaram nas urnas no último domingo.

Orbán e seu partido obtiveram 49% dos votos (mais de 4 pontos percentuais acima da votação nas eleições anteriores, de 2014), seguidos de longe, com 20%, pelo partido de extrema-direita Jobbik.

Com este resultado, o Fidesz terá provavelmente dois terços dos assentos do Parlamento, com 199 cadeiras, o que lhe permitirá aprovar sozinho modificações na Constituição.

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