Após escândalo da Oxfam, Haiti vai investigar outras ONGs
Autoridades prometeram iniciar uma investigação abrangente sobre as instituições de caridade que atuam no país
Reuters
Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 11h20.
Última atualização em 20 de fevereiro de 2018 às 11h24.
Porto Príncipe - A Oxfam ocultou informações sobre má conduta sexual de suas autoridades no Haiti , disse um funcionário de alto escalão da nação caribenha na segunda-feira, prometendo iniciar uma investigação abrangente sobre as instituições de caridade que atuam no país.
Autoridades da Oxfam se reuniram com o ministro haitiano do Planejamento e da Cooperação Externa, Aviol Fleurant, em Porto Príncipe, na segunda-feira, para entregar uma cópia de um relatório interno de 2011 que afirma que o ex-diretor da entidade no Haiti admitiu ter recorrido a prostitutas durante uma missão de auxílio, realizada na esteira de um terremoto devastador que abalou a ilha em 2010.
Foi a primeira reunião entre a Oxfam, uma das maiores instituições de auxílio para desastres do mundo, e o governo do Haiti desde uma reportagem do jornal Times, de Londres, segundo a qual alguns agentes da Oxfam pagaram por sexo, desencadeando um escândalo que prejudicou seriamente a reputação da entidade no Reino Unido e além.
"O que me magoou no final da reunião é que eles admitiram que as autoridades haitianas jamais foram informadas pela Oxfam do cometimento de tais crimes", disse Fleurant à Reuters em uma entrevista.
"De acordo com a lei, alguém que está ciente da perpetração de um crime é obrigado a alertar as autoridades mais próximas".
A prostituição é ilegal no Haiti. O ministro também disse que está analisando relatos, negados pela Oxfam, segundo os quais uma das mulheres era menor de idade.