Após destruição no México, Furacão Beryl segue para os EUA
Governo mexicano afirmou que não houve perdas humanas ou materiais
Agência de notícias
Publicado em 6 de julho de 2024 às 08h58.
A tempestade tropical Beryl adentrou o Golfo do México nesta sexta-feira com destino ao Texas, nos EUA, pós tocar terra como furacão na turística Riviera Maya do México, onde deixou apenas danos materiais, informaram as autoridades.
Beryl está localizada a 995 km de Corpus Christi, Texas, onde é esperada no domingo. Além disso, registra ventos máximos sustentados de 95 km/h, de acordo com o relatório mais recente do Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês).
O ciclone atingiu o território mexicano na madrugada desta sexta-feira como um furacão de categoria 2, com ventos de 175 km/h, que derrubaram árvores, postes e danificaram telhados de edifícios, além de causar cortes de eletricidade em pelo menos três municípios do estado de Quintana Roo (sudeste), informou o sistema de Proteção Civil.
"Aparentemente, não há perdas de vidas, que é o que mais nos importa, que ninguém seja afetado", disse o presidente Andrés Manuel López Obrador, em sua habitual conferência matinal.
Horas depois, as autoridades confirmaram em uma conferência de imprensa que não houve feridos nem mortos, nem danos em estradas ou no sistema de abastecimento de água.
O serviço elétrico foi restabelecido em 70% e esperava-se sua recuperação completa até domingo, informou a chefe nacional de Proteção Civil, Laura Velázquez.
Os aeroportos de Cancún, Tulum e Cozumel, para onde milhões de turistas chegam todos os anos para desfrutar das praias desta região caribenha, não sofreram danos em sua infraestrutura, detalhou a funcionária.
A governadora de Quintana Roo, Mara Lezama, confirmou que a operação do terminal aéreo de Cancún foi normalizada desde as 17H00 GMT, assim como o restante das atividades no estado.
Anteriormente, 348 voos programados entre quinta-feira e sábado foram cancelados preventivamente neste aeroporto, o maior do Caribe mexicano.
Lezama comentou que, segundo especialistas do Serviço Meteorológico Nacional (SMN), o motivo do impacto limitado de Beryl deve-se ao fato de que seu núcleo chegou à costa "desintegrado", o que reduziu a agressividade de seus ventos.
Retorno à normalidade
No centro de Tulum, muito próximo à zona de impacto, o exército mexicano instalou uma cozinha comunitária para as pessoas que não podiam retornar para suas casas devido aos alagamentos e bloqueios nas vias, observou a AFP.
Álvaro Rueda, um pedreiro de 51 anos, comentou que, apesar da força do vento, sua casa, feita de materiais precários, não sofreu danos e que a atividade em seu bairro começava a se normalizar. "A maioria das lojas já está aberta", acrescentou.
Bombeiros e pessoal da Proteção Civil limpavam ruas e avenidas bloqueadas por árvores caídas ou cortavam aquelas em risco de desabar.
Cerca de 2.200 pessoas ocuparam os 58 abrigos temporários que foram ativados em antecipação à chegada de Beryl, detalhou Velázquez.
Mais de 25.600 membros das forças de segurança e da estatal de energia CFE atuavam na zona de desastre para atender os habitantes e reparar os danos, acrescentou a funcionária.
Rumo aos Estados Unidos
O ciclone não atingirá mais o território mexicano como previsto, pois sua trajetória desviou para o nordeste e deverá tocar terra como furacão na costa do Texas, Estados Unidos, segundo a previsão.
Beryl é o primeiro furacão da temporada do Atlântico, que vai do início de junho ao final de novembro, e impressionou os especialistas pela intensidade que adquiriu.
Ao passar pelo Caribe, deixou pelo menos sete mortos: três em Granada, onde o fenômeno tocou terra na segunda-feira; um em São Vicente e Granadinas e três na Venezuela, segundo autoridades locais.
Os serviços meteorológicos dos Estados Unidos o classificaram durante sua trajetória como categoria 5, tornando-o o mais precoce com essa potência nos registros.
Cientistas acreditam que as mudanças climáticas, que provocam maiores temperaturas da água, favorecem essas tempestades e aumentam as probabilidades de que se intensifiquem rapidamente.
A Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) advertiu em maio que a temporada de furacões se projeta como extraordinária, com a possibilidade de quatro a sete furacões de categoria 3 ou mais.