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Após 3 dias, 72 pessoas são resgatadas vivas em Bangladesh

Apesar dos esforços das equipes de resgate, o número de mortos e feridos pode seguir aumentado nos próximos dias


	Equipes de emergência trabalham nos escombros do edifício de Savar, em Bangladesh: o desastre voltou a evidenciar as más condições trabalhistas e de segurança que sofrem os trabalhadores de oficinas têxteis no país asiático.
 (AFP / Munir Uz Zaman)

Equipes de emergência trabalham nos escombros do edifício de Savar, em Bangladesh: o desastre voltou a evidenciar as más condições trabalhistas e de segurança que sofrem os trabalhadores de oficinas têxteis no país asiático. (AFP / Munir Uz Zaman)

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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2013 às 14h17.

Nova Délhi - Pelo menos 72 pessoas que permaneciam entre os escombros do edifício que desabou na última quarta-feira em Bangladesh foram resgatadas com vida nesta sexta-feira, enquanto as autoridades confirmaram a morte de 304 pessoas em seu último boletim.

De acordo com o porta-voz do Exército, Shahinur Islam, citado pelo jornal "The Daily Star", 2.044 pessoas foram resgatadas entre os escombros do edifício que desabou nos arredores da capital Daca, o qual alojava várias oficinas têxteis, lojas, um banco e um mercado.

Apesar dos esforços das equipes de resgate, o número de mortos e feridos pode seguir aumentado nos próximos dias, já que, no momento do acidente, 4 mil trabalhadores estavam no interior do edifício, afirmou à Agência Efe uma fonte da Federação Nacional de Trabalhadores do setor Têxtil de Bangladesh.

Segundo um relatório da polícia local, que se baseia nas denúncias feitas pelos familiares dos desaparecidos na catástrofe e cujos corpos ainda não foram localizados, 595 pessoas ainda poderiam estar entre os escombros, sendo que os trabalhos de resgate continuarão até amanhã de manhã, informou a polícia ao portal de notícias local "bdnews24.com".

Entre as pessoas resgatadas hoje havia dois membros da Polícia industrial que tinham ido supervisionar os danos do edifício, de acordo com a "agência local UNB".

A Polícia Industrial, por sua vez, acusa os proprietários das fábricas de ignorar as rachaduras que apareceram no edifício na terça-feira, um dia antes da catástrofe.


Por conta desta possibilidade, milhares de trabalhadores do setor têxtil foram às ruas de Dacca hoje para exigir a prisão dos donos do imóvel e das cinco oficinas que ficavam em seu interior.

Os protestos, que ocorreram em vários pontos da capital, tornaram-se violentos e foram registrados confrontos entre os manifestantes e a polícia. Além disso, cerca de cem carros ficaram destruídos.

O desastre voltou a evidenciar as más condições trabalhistas e de segurança que sofrem os trabalhadores de oficinas têxteis no país asiático, que abastece multinacionais ocidentais.

As autoridades acusaram os proprietários das fábricas de ignorar as rachaduras que apareceram no edifício na terça-feira, um dia antes da catástrofe.

Bangladesh é o país do mundo com custos mais baratos de produção na indústria têxtil e por isso empresas de todo o mundo, incluído a China, estão transferindo parte de sua produção para a nação asiática, de acordo com a Campanha Roupa Limpa.

Segundo dados da Federação Nacional de Trabalhadores do Setor Têxtil de Bangladesh, nos últimos 15 anos 600 pessoas morreram e 3.000 ficaram feridos em acidentes ocorridos em fábricas têxteis (incêndios e desabamentos) no país.

Em 2005, em uma destas catástrofes, 61 empregados do setor morreram e 86 ficaram feridos após a queda de um edifício que abrigava fábricas do setor. 

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