Apesar do susto, as autoridades do estado acreditam que as pessoas na comunidade não estejam em risco ( KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 14 de fevereiro de 2024 às 11h45.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2024 às 11h47.
Na última semana, uma notícia chocou os moradores dos Estados Unidos: as autoridades do centro do estado de Oregon relataram um caso de peste bubônica — o primeiro caso registrado no local desde 2015. O infectado é um morador do condado de Deschutes (Oregon, EUA), que provavelmente contraiu a doença de um gato de estimação.
Ele foi encaminhado para o hospital e "todos os contatos próximos do residente e de seu animal de estimação foram contatados e receberam medicamentos para prevenir a doença”, disse o oficial de saúde do condado, em um comunicado à imprensa. Apesar do susto, as autoridades do estado acreditam que as pessoas na comunidade não estejam em risco. O morador estava na fase inicial da infecção.
O gato também foi tratado, mas não sobreviveu.
A verdade é que a doença nunca foi embora, de fato. Embora o número de casos tenha diminuído e a doença já não represente mais um risco elevado, como era na idade média, a peste bubônica tem casos isolados em vários países todos os anos, incluindo os Estados Unidos. Entre 2010 e 2015, foram registrados 3.248 casos da doença em todo o mundo, que culminaram em 584 mortes.
Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do país norte-americano, esse tipo de infecção bacteriana, causada pela Yersinia pestis, é considerado raro e pode ser tratado com antibióticos, como fluoroquinolonas e gentamicina.
Se tratada na fase inicial da contaminação, a doença é facilmente revertida e não deixa sequelas. No entanto, caso não seja diagnosticada de forma precoce, a peste pode evoluir para infecção generalizada por meio da corrente sanguínea, atingindo os pulmões. Casos graves da peste bubônica levam pacientes a quadros de pneumonia severa.
Os registros críticos da doença são incomuns e os óbitos derivados da doença ainda mais raros. Embora a peste bubônica fosse letal na Idade Média, nos dias atuais, essa infecção pode ser tratada com facilidade.
Os sintomas mais comuns da peste bubônica são dores no corpo e na cabeça, inchaço nos gânglios linfáticos, febre, calafrios, fraqueza e cansaço. A doença é transmitida pela pulga, que pode transportar a bactéria por meio da saliva de um corpo infectado a outro saudável. Na forma pneumônica, conforme consta no site oficial do Ministério da Saúde do Brasil, a transmissão se dá por gotículas aerógenas lançadas pela tosse no ambiente.
Os sintomas se apresentam de dois a oito dias após a infecção. A maior transmissibilidade se dá no período sintomático.
Já existe uma vacina contra a Yersinia pestis, mas ela só é recomendada a pessoas com alto risco de infecção, como ocorre com cientistas que trabalham com a bactéria.
De acordo com as informações oficiais do Ministério da Saúde, a doença continua sendo potencialmente perigosa em diversas partes do mundo, mas no Brasil, existem somente duas áreas distintas consideradas focos naturais: o Nordeste e a cidade de Teresópolis (RJ).
O último caso de peste bubônica em humanos no Brasil foi registrado em 2005, no município de Pedra Banca (CE).