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Americana é detida no Zimbábue por insultar presidente no Twitter

As forças de segurança fizeram uma batida na casa da americana e apreenderam vários dispositivos eletrônicos, entre eles seu laptop

Mugabe: a detenção de O'Donovan é a primeira feita por uma acusação deste tipo (Timothy A. Clary/AFP)

Mugabe: a detenção de O'Donovan é a primeira feita por uma acusação deste tipo (Timothy A. Clary/AFP)

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EFE

Publicado em 3 de novembro de 2017 às 16h00.

Última atualização em 3 de novembro de 2017 às 19h57.

Nairóbi - A polícia do Zimbábue deteve nesta sexta-feira a cidadã americana Martha O'Donovan, diretora do portal satírico "Magamba TV", por supostamente insultar o presidente do país, Robert Mugabe, no Twitter, informaram seus advogados.

As forças de segurança fizeram uma batida na casa de O'Donovan e apreenderam vários dispositivos eletrônicos, entre eles seu laptop, explicou a organização Advogados pelos Direitos Humanos do Zimbábue (ZLHR), que organiza sua defesa, em comunicado.

O'Donovan está acusada de publicar uma mensagem no seu perfil do Twitter no qual se referia a um "troll" cuja mulher e enteados importaram um veículo de luxo ao país, que a polícia interpreta como uma acusação ao presidente.

No entanto, a ZLHR assegura que no tweet não se citou em nenhum momento o nome de Mugabe.

A detenção de O'Donovan é a primeira feita por uma acusação deste tipo desde que se instaurou o recém-criado Ministério de Cibersegurança.

Nos últimos anos, centenas de cidadãos foram detidos por insultar Mugabe, entre eles alguns dignatários, como o ministro de Energia, Elton Mangoma, pertencente ao principal partido da oposição, foi acusado de gritar "Morra, Mugabe" em um evento público em maio de 2012.

Insultar Mugabe é um crime castigado com multas ou penas de prisão e, apesar de o Tribunal Constitucional ter declarado em 2013 que a lei que o tipificava era inconstitucional, a legislação segue vigente.

O governante, de 93 anos, está no poder desde 1980 e assegurou que voltará a apresentar-se às eleições de 2018, mas nos últimos meses teve que multiplicar seus esforços para evitar as tensões dentro do seu partido, no qual já há candidatos que se postulam para substitui-lo.

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