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Alemanha facilitará imigração para enfrentar falta de mão de obra

Os três partidos no poder, entre eles dois conservadores, aprovaram uma lei que facilita o acesso de imigrantes qualificados ao mercado de trabalho alemão

Imigrantes: mais de 1 milhão de imigrantes já entraram na Alemanha desde 2015 (Fabian Bimmer/Reuters)
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AFP

Publicado em 2 de outubro de 2018 às 14h12.

A coalizão no poder na Alemanha concordou nesta terça-feira em legislar pela facilitação da imigração de trabalhadores estrangeiros qualificados, a fim de enfrentar a escassez de mão de obra em alguns setores.

Os três partidos, os conservadores CDU e CSU, assim como o socialdemocrata SPD, chegaram a um acordo na noite da última segunda-feira sobre a delicada questão migratória, em um contexto político marcado por uma forte presença da extrema direita no campo político e social.

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As portas da Alemanha se abriram em 2015 e 2016 à chegada de mais de 1 milhão de solicitantes de refúgio, em plena crise migratória.

Os partidos no poder convergiram sobre a adoção em 2019 de uma lei para facilitar o acesso ao mercado de trabalho alemão de estrangeiros qualificados de fora da comunidade europeia.

"Não queremos uma imigração de gente não qualificada" provenientes de países extracomunitários, apontaram os social-democratas no documento apresentado nesta terça-feira que resume as grandes linhas do projeto.

Os cidadãos de países extracomunitários que busquem emprego na Alemanha nos setores com escassez de mão de obra, como as de gastronomia, matemáticas e informática - poderão obter uma permissão de estadia de seis meses que será prorrogado caso encontrem trabalho. Deverão poder demostrar que têm nível de alemão suficiente.

"Precisamos de trabalhadores de terceiros países", reconheceu o ministro do Interior, Horst Seehofer (CSU), que é muito crítico à política de abertura de Angela Merkel de 2015.

A Alemanha registrou em setembro 338.200 empregos vagos nos setores de informática, matemática e tecnologias da informação, segundo o jornal econômico Handelsblatt, que cita o Instituto Econômico Alemão, com sede em Colônia.

O documento apresentado nesta terça-feira ressalta que o "forte crescimento econômico dos últimos anos" foi alcançado em parte graças a uma "imigração proveniente de Estados-membros da União Europeia". No entanto, o documento aponta que "este saldo migratório cai atualmente".

A CDU-CSU e o SPD tiveram que alinhar divergências sobre os estrangeiros a quem foi negada uma solicitação de refúgio, mas que ocupam um emprego na Alemanha e falam alemão. O SPD quer que eles fiquem enquanto a CSU se opõe.

Finalmente, Seehofer deu seu aval para que os mais qualificados possam ficar.

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