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Alemanha bate recorde de casos e supera 100.000 mortes por covid-19

O país enfrenta a onda mais violenta da doença, o principal desafio para o novo governo que assumirá o poder

Centro de testagem em Berlim, na Alemanha.  (Tobias SCHWARZ/AFP)

Centro de testagem em Berlim, na Alemanha. (Tobias SCHWARZ/AFP)

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AFP

Publicado em 25 de novembro de 2021 às 09h40.

Última atualização em 25 de novembro de 2021 às 09h50.

Mais de 100.000 pessoas morreram de covid-19 na Alemanha desde o início da pandemia e um novo recorde diário de infecções: o país enfrenta a onda mais violenta da doença, o principal desafio para o novo governo que assumirá o poder.

Nas últimas 24 horas, o país registrou 351 mortes, o que elevou o desde o início da pandemia de coronavírus a 100.119 vítimas fatais, anunciou o Instituto Robert Koch do governo federal.

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O instituto também registrou 75.961 novas infecções, um novo recorde diário para a maior economia da zona do euro. A média móvel (últimos sete dias) também atingiu um pico máximo de 419,7 infecções por 100 mil habitantes.

A pandemia é o principal desafio para a nova coalizão governamental, que deve assumir o poder em dezembro, após o acordo anunciado entre social-democratas, verdes e liberais.

"A situação é terrível", admitiu na quarta-feira Olaf Scholz, líder social-democrata que será futuro chanceler da Alemanha e sucessor da conservadora Angela Merkel.

O foco da doença se propaga por toda Europa, atualmente a região do mundo mais afetada pela pandemia, com mais de 2,5 milhões de casos e quase 30.000 falecidos em uma semana.

E a situação é mais grave em países com taxas de vacinação abaixo do esperado, como acontece na Alemanha e na vizinha Áustria, onde o governo retomou o confinamento da população.

"Sobrecarga aguda" nos hospitais

No caso alemão, a taxa de vacinação da população completamente vacinada é de quase 69%, abaixo de outros grandes países europeus como Espanha, França ou Itália.

Hospitais em certas regiões já estão enfrentando "sobrecarga aguda" que exige a transferência de pacientes, alertou Gernot Marx, presidente da federação alemã de médicos de cuidados intensivos.

No momento, a futura coalizão de governo descarta a ideia de um confinamento nacional e aposta no uso generalizado de um certificado de vacinação nos transportes e restrições de acesso para os não vacinados a certos lugares.

Scholz afirmou que a Alemanha precisa "estudar" uma eventual "extensão" da obrigatoriedade da vacinação, atualmente em vigor e no exército e nos estabelecimentos de saúde.

Também se comprometeu a liberar um bilhão de euros para os profissionais da saúde.

O governo de Angela Merkel, em coalizão com os social-democratas, prorrogou até abril de 2022 as ajudas para as empresas afetadas por fechamentos e queda de receita pela pandemia.

O departamento europeu da Organização Mundial da Saúde advertiu que a covid-19 pode provocar 700.000 mortes adicionais no continente até a primavera (hemisfério norte, outono no Brasil).

A instituição atribui a onda europeia à combinação da prevalência da variante delta, de uma cobertura insuficiente das vacinas e de uma flexibilização das restrições.

Na União Europeia, 67,7% da população recebeu duas doses da vacina contra a covid, mas as diferenças são notória: apenas 24,2% dos búlgaros estão imunizados, contra 86,7% dos portugueses.

Vários países endureceram as restrições, mas as medidas provocaram protestos, alguns violentos, em países como Áustria, Bélgica ou Holanda.

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