Mundo

Agência dos EUA diz que programa da NSA deve terminar

Segundo relatório, grande quantidade de registros telefônicos representa um benefício mínimo no combate ao terrorismo, é algo ilegal e deve terminar

Membros do grupo Code Pink durante uma manifestação contra o presidente Barack Obama e a NSA antes de sua chega no Departamento de Justiça, em Washington (Larry Downing/Reuters)

Membros do grupo Code Pink durante uma manifestação contra o presidente Barack Obama e a NSA antes de sua chega no Departamento de Justiça, em Washington (Larry Downing/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2014 às 16h45.

Washington - A grande quantidade de registros telefônicos reunidos pela Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos representa um benefício mínimo no combate ao terrorismo, é algo ilegal e deve terminar, disse, segundo jornais, o relatório de uma agência do governo a ser divulgado nesta quinta-feira.

O Conselho de Supervisão da Privacidade e das Liberdades Civis, uma agência governamental independente, compartilhou as suas conclusões com o presidente Barack Obama, de acordo com relatos dos jornais New York Times e Washington Post. Ninguém no conselho estava disponível de imediato para comentários.

As conclusões vão além do que Obama defendeu sobre o tema. Num discurso na sexta-feira, ele disse que a base de dados da NSA deveria sair das mãos do governo, mas não falou sobre suspensão do programa.

O Congresso está dividido sobre o valor e a legalidade do programa, que coleta dados de milhões de telefonemas feitos nos Estados Unidos, mas não o conteúdo dessas chamadas. O relatório poderia dar mais munição aos parlamentares que buscam o fim da atividade.

"Nós não identificamos uma única instância envolvendo uma ameaça aos Estados Unidos na qual o programa de registros telefônicos fez uma diferença concreta nos resultados de uma investigação antiterrorismo", disse o conselho, de acordo com os jornais.

O conselho concluiu que a coleta de informações pela NSA levanta preocupações constitucionais relacionadas aos direitos dos cidadãos norte-americanos de expressão, associação e privacidade.

"As conexões reveladas pelo extenso banco de dados de registros telefônicos vão necessariamente incluir relações estabelecidas entre indivíduos e grupos por propósitos políticos, religiosos e outros", disse o conselho, de acordo com o Times e o Post.

"O fornecimento obrigatório ao governo de informações sobre essas associações pode ter um efeito preocupante sobre o exercício dos direitos da Primeira Emenda", declarou o conselho.

O conselho de cinco pessoas não foi unânime sobre o fim da coleta de dados. Dois integrantes defenderam que o programa, se modificado para incluir proteções adicionais à privacidade, poderia continuar, afirmaram os jornais.

Acompanhe tudo sobre:Edward SnowdenEspionagemEstados Unidos (EUA)NSAPaíses ricos

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia