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Acusação sobre interferência nas eleições dos EUA é ridícula, diz China

O vice-presidente americano acusou a China de interferir no processo eleitoral americano para mudar o poder na Casa Branca

EUA-China: as acusações feitas pelo vice-presidente americano não tem fundamento, disse o porta-voz chinês (Jacquelyn Martin/Reuters)

EUA-China: as acusações feitas pelo vice-presidente americano não tem fundamento, disse o porta-voz chinês (Jacquelyn Martin/Reuters)

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AFP

Publicado em 5 de outubro de 2018 às 14h03.

A China qualificou nesta sexta-feira de "injustificadas" e "ridículas" as acusações do vice-presidente americano, Mike Pence, de que Pequim está se intrometendo nas eleições legislativas dos Estados Unidos.

"Exortamos os Estados Unidos a cessar suas ofensas, a deixar de fazer acusações sem fundamento, a parar de difamar a China e de prejudicar os interesses chineses e as relações entre China e Estados Unidos", declarou Hua Chunying, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.

O vice-presidente americano "fez acusações injustificadas contra a política interna e externa da China", que "difamou afirmando que interfere em seus assuntos internos e nas eleições" dos EUA.

"Não se trata de nada além do que falar baseado em rumores, confundir a verdade e criar algo do nada. A parte chinesa se opõe firmemente a isto".

Pence acusou a China na quinta-feira de estar buscando forçar uma mudança de poder na Casa Branca por meio de interferência no processo eleitoral.

"Para colocar isso sem rodeios, a liderança do presidente Trump está funcionando. A China quer um presidente americano diferente", declarou Pence, em um discurso no Hudson Institute, um think tank conservador em Washington.

"Não pode haver dúvida quanto a isso: a China está se metendo na democracia da América".

Pence citou os anúncios da China na imprensa americana e o fato de mirar em estados politicamente estratégicos para os republicanos em sua retaliação comercial às sobretaxas impostas por Trump.

"É absolutamente ridículo por parte dos Estados Unidos estigmatizar seus intercâmbios normais e sua cooperação com a China como se fosse uma ingerência da China", afirmou Hua Chunying.

"A China sempre observa o princípio de não ingerência nos assuntos internos de outros e não temos qualquer interesse em interferir nos assuntos internos e nem nas eleições dos Estados Unidos".

O número dois do governo dos Estados Unidos retomou as acusações proferidas nas últimas semanas por vários membros do governo americano, incluindo pelo presidente republicano na semana passada no Conselho de Segurança da ONU. E assim confirmou a impressão de uma ofensiva aberta contra Pequim em plena guerra comercial.

"A China lançou um esforço sem precedentes para influenciar a opinião pública americana, as eleições legislativas de novembro, e todo o ambiente para a eleição presidencial de 2020", denunciou no Hudson Institute, um círculo de reflexão conservador de Washington.

"A China interfere na democracia americana" e, "para dizer as coisas de forma clara, a China quer um presidente americano diferente", lançou.

Mike Pence ressaltou ainda que a interferência russa na política americana "é pouca coisa em comparação ao que a China faz nesse país".

A interferência russa em favor de uma vitória de Donald Trump na eleição presidencial de 2016 está no centro de uma investigação federal do procurador especial Robert Mueller, que também tenta determinar se houve conluio entre Moscou e a equipe de campanha do republicano.

Mas, em sua exposição, Mike Pence, ressaltou ainda que a interferência russa na política americana "é pouca coisa em comparação ao que a China faz nesse país".

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