Acordo de Paris: ratificação foi rápida se comparada com outros tratados internacionais (Philippe Wojazer/Reuters)
Reuters
Publicado em 4 de novembro de 2016 às 08h42.
Última atualização em 31 de maio de 2017 às 17h19.
Londres / Washington - Um acordo global histórico para combater a mudança climática entrou em vigor oficialmente nesta sexta-feira, criando pressão para que os países comecem a executar planos de redução das emissões de gases de efeito estufa de forma a limitar o aquecimento global.
O Acordo de Paris de 2015 foi assinado em dezembro passado por quase 200 nações, e foi descrito como o tratado global mais complexo desde o Acordo de Marrakesh, pacto comercial firmado em 1994.
No dia 5 de outubro, o pacto de Paris ultrapassou a barreira de 55 países responsáveis por mais de 55 por cento das emissões de gases de efeito estufa, o que permitiu sua adoção na prática 30 dias mais tarde.
A ratificação foi rápida se comparada com outros tratados internacionais, uma demonstração do apoio mundial, mas cerca de 100 Estados ainda têm que ratificá-lo.
"Este é um momento para comemorar. Também é um momento para olhar adiante com uma avaliação sóbria e uma vontade renovada para a tarefa adiante", disse a secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), Patricia Espinosa, em um comunicado.
"Em um período curto - e certamente nos próximos 15 anos - precisamos ver reduções inéditas nas emissões de gases de efeito estufa e esforços sem igual para criar sociedades que possam resistir aos impactos climáticos crescentes", disse ela.
O Acordo de Paris pretende livrar a economia mundial da dependência dos combustíveis fósseis na segunda metade do século, mantendo o aumento médio das temperaturas mundiais "bem abaixo" dos 2 graus Celsius acima dos tempos pré-industriais, ressaltando a ambição de ir além e limitar o aumento das temperaturas a 1,5 grau Celsius.
Na quinta-feira, o pacto começou a ser implementado gradualmente na região do Oceano Pacífico, lar de Estados-ilha que correm risco devido à elevação dos mares.
No mesmo dia, o relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) analisou os compromissos atuais dos países para os cortes de emissões e se eles são suficientes - e descobriu que não são.