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Abe tenta reconquistar confiança após derrota eleitoral em Tóquio

Derrota do partido do primeiro-ministro do Japão sinalizou problemas à frente para o premiê em meio a uma queda nos índices de aprovação

Shinzo Abe: "quero reconquistar a confiança do povo em mim unificando o partido e... mostrando resultados" (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

Shinzo Abe: "quero reconquistar a confiança do povo em mim unificando o partido e... mostrando resultados" (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

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Reuters

Publicado em 3 de julho de 2017 às 11h37.

Tóquio - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse nesta segunda-feira que irá trabalhar para reconquistar a confiança do público depois que seu partido sofreu uma derrota histórica em uma eleição na capital da nação, o que sinalizou problemas à frente para o premiê em meio a uma queda nos índices de aprovação.

O desempenho sofrível do Partido Liberal Democrata (PLD), de Abe, na eleição da Assembleia Metropolitana de Tóquio no domingo foi uma rejeição contundente a seu governo de quatro anos e meio, embora na superfície tenha sido um referendo sobre o primeiro ano da popular governadora Yuriko Koike.

O partido recém-criado de Koike, Cidadãos de Tóquio Em Primeiro, e seus aliados, inclusive o Komeito, parceiro de coalizão do PLD em nível nacional, ficaram com 79 das 127 cadeiras da câmara municipal.

O PDL conquistou meros 23 assentos, menos da metade de seu total pré-eleição e o pior resultado de sua história em uma eleição em Tóquio.

"Quero reconquistar a confiança do povo em mim unificando o partido e... mostrando resultados", disse Abe a repórteres.

"Foi um julgamento severo indicando que (os eleitores) pensam que o governo Abe está ficando frouxo", afirmou Abe. "Precisamos aceitar isso firme e seriamente e fazer todos os esforços para voltar às nossas aspirações originais de quando reconquistamos o poder".

Votações anteriores na capital serviram de termômetro para tendências nacionais. Uma eleição de 2009 na qual o PLD só obteve 38 cadeiras foi seguida pela derrota do partido em uma eleição geral no mesmo ano, embora desta vez não haja necessidade de uma eleição para a Câmara Baixa antes do final de 2018.

Koike, ex-ministra da Defesa e ex-membro do PLD com bom desempenho midiático, assumiu um ano atrás como primeira mulher a governar a capital, desafiando a filial local do PLD e prometendo reformar a governança de uma metrópole com uma população de 13,7 milhões de habitantes.

O PLD foi abalado por um escândalo devido às suspeitas --negadas pelo premiê-- de que Abe ajudou o negócio de um amigo a receber um tratamento privilegiado. A sigla também foi afetada por gafes de ministros de seu gabinete e pela percepção de muitos eleitores de que a gestão Abe se tornou arrogante depois de mais de quatro anos no poder.

A enorme vitória do partido de Koike e de seus aliados redespertou especulações de que ela irá levar a sigla para o palco nacional, mas qualquer tentativa sua de pleitear o principal cargo do país parece improvável antes da Olimpíada de 2020 de Tóquio - e de sua popularidade se manter alta e seu partido se mostrar capaz de governar.

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