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Abe dará discurso sobre passado colonial do Japão

O primeiro-ministro do Japão falará sobre a expansão militar que segue contaminando as relações com chineses e coreanos

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe: o canal NHK afirmou que uma versão desta declaração tinha palavras como "desculpas" e "agressão" (Toru Yamanaka/AFP)
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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2015 às 12h16.

A escolha das palavras do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe , nesta sexta-feira, em sua declaração pelos 70 anos da capitulação do Japão , em 1945, será crucial para as relações com seus vizinhos asiáticos, vítimas das atrocidades do exército japonês.

Shinzo Abe, que foi acusado por seus críticos de revisionismo histórico, prepara um texto que será acompanhado atentamente pelos chineses e coreanos.

A expansão militar do Japão entre 1919 e 1945 segue contaminando as relações com seus dois vizinhos, que esperam com impaciência os termos escolhidos pelo político de direita.

O canal de televisão pública NHK havia afirmado recentemente que uma versão desta declaração em preparação tinha palavras como "desculpas" e "agressão".

Estas palavras foram pronunciadas em um gesto histórico por um dos antecessores do primeiro-ministro japonês, Tomiichi Murayama, em 1995, que ofereceu desculpas sinceras e falou de um "profundo arrependimento".

Murayama, que era socialista, havia pedido assim, em nome do governo japonês, desculpas sem precedentes pelos crimes cometidos pelo Japão na Ásia antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

Reconheceu que "a dominação colonial e a agressão" do Japão geraram terríveis sofrimentos à China e as duas Coreias.

Dez anos depois, o primeiro-ministro conservador Junichiro Koizumi usou palavras como "dominação colonial", "agressão", "profundo remorso" e "desculpas".

Mas sob seu mandato, de 2001 a 2006, as relações entre Tóquio, Pequim e Seul se deterioraram devido as suas visitas reiteradas ao santuário Yasukuni, que presta homenagem a 2,5 milhões de vítimas do conflito, entre os quais há criminosos de guerra.

No fim de abril, em um discurso histórico diante do Congresso dos Estados Unidos, Shinzo Abe havia reiterado a posição do Japão de arrependimento, mas sem pronunciar as palavras de desculpas esperadas em Pequim e em Seul, em especial sobre o tema das escravas sexuais asiáticas recrutadas nos bordéis do exército imperial japonês.

Os ex-dirigentes políticos e historiadores japoneses multiplicam seus apelos para que Tóquio reconheça suas falhas e assuma sua responsabilidade, em particular ante as 200.000 mulheres escravas sexuais.

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A escolha das palavras do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe , nesta sexta-feira, em sua declaração pelos 70 anos da capitulação do Japão , em 1945, será crucial para as relações com seus vizinhos asiáticos, vítimas das atrocidades do exército japonês.

Shinzo Abe, que foi acusado por seus críticos de revisionismo histórico, prepara um texto que será acompanhado atentamente pelos chineses e coreanos.

A expansão militar do Japão entre 1919 e 1945 segue contaminando as relações com seus dois vizinhos, que esperam com impaciência os termos escolhidos pelo político de direita.

O canal de televisão pública NHK havia afirmado recentemente que uma versão desta declaração em preparação tinha palavras como "desculpas" e "agressão".

Estas palavras foram pronunciadas em um gesto histórico por um dos antecessores do primeiro-ministro japonês, Tomiichi Murayama, em 1995, que ofereceu desculpas sinceras e falou de um "profundo arrependimento".

Murayama, que era socialista, havia pedido assim, em nome do governo japonês, desculpas sem precedentes pelos crimes cometidos pelo Japão na Ásia antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

Reconheceu que "a dominação colonial e a agressão" do Japão geraram terríveis sofrimentos à China e as duas Coreias.

Dez anos depois, o primeiro-ministro conservador Junichiro Koizumi usou palavras como "dominação colonial", "agressão", "profundo remorso" e "desculpas".

Mas sob seu mandato, de 2001 a 2006, as relações entre Tóquio, Pequim e Seul se deterioraram devido as suas visitas reiteradas ao santuário Yasukuni, que presta homenagem a 2,5 milhões de vítimas do conflito, entre os quais há criminosos de guerra.

No fim de abril, em um discurso histórico diante do Congresso dos Estados Unidos, Shinzo Abe havia reiterado a posição do Japão de arrependimento, mas sem pronunciar as palavras de desculpas esperadas em Pequim e em Seul, em especial sobre o tema das escravas sexuais asiáticas recrutadas nos bordéis do exército imperial japonês.

Os ex-dirigentes políticos e historiadores japoneses multiplicam seus apelos para que Tóquio reconheça suas falhas e assuma sua responsabilidade, em particular ante as 200.000 mulheres escravas sexuais.

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