Abbas espera 'tempos difíceis' após pedido de adesão à ONU
O presidente palestino também pediu para Israel "reconhecer o Estado Palestino" e não deixar "passar a oportunidade para a paz"
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2011 às 12h35.
Nova York - O presidente Mahmud Abbas, em sua chegada a Nova York, afirmou que os palestinos devem esperar "tempos muito difíceis" após o pedido de adesão do Estado da Palestina à ONU, que será apresentado no próximo fim de semana.
"Depois do dia 23 de setembro, as coisas ficarão muito difíceis", declarou Abbas aos jornalistas no avião que o levou de Amã a Nova York.
"Nosso passo não é um salto no vazio. Nós procuramos nossa independência e levantamos esta questão diante da comunidade internacional. Quando nos darão o direto de um Estado?" questionou o líder palestino.
Ele também pediu para Israel "reconhecer o Estado Palestino" e não deixar "passar a oportunidade para a paz".
O presidente Abbas, que aos 76 anos quer entrar para a história do movimento nacional palestino, apresentará o pedido de adesão ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para que seja submetido ao Conselho de Segurança.
Abbas apresentará o pedido na qualidade de chefe da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), como "único representante legítimo do povo palestino".
"Até sexta-feira, nossos esforços se concentrarão no pedido de adesão à ONU, não discutiremos outras ideias", disse Abbas em resposta aos esforços diplomáticos - infrutíferos até hoje - para dissuadir os palestinos de apresentarem a demanda no Conselho de Segurança.
Abbas se reunirá nesta segunda-feira com Ban Ki-moon e o chefe da diplomacia russa Serguei Lavrov.
Ele deverá reivindicar a admissão de um Estado da Palestina dentro das fronteiras do dia 4 de junho de 1967, que inclui a Cisjordânia, a faixa de Gaza e Jerusalém Oriental como capital.
Israel rejeitou categoricamente este anúncio. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estará na terça-feira em Nova York para explicar a "verdade" de Israel frente às reivindicações palestinas. Ele deve se reunir na quarta-feira com o presidente americano Barack Obama e irá discursar na sexta-feira na tribuna da Assembleia Geral das Nações Unidas, depois do presidente palestino.
Grandes esforços diplomáticos foram empreendidos para evitar uma confrontação maior nas Nações Unidas. Os Estados Unidos ameaçam recorrer ao veto.
Líderes do Quarteto do Oriente Médio (Estados Unidos, ONU, Rússia e União Europeia) se reuniram no domingo em Nova York.
Nenhum comunicado foi publicado sobre o encontro.
Tony Blair, enviado especial do Quarteto, assegurou que as negociações devem continuar até o último minuto para tentar convencer os palestinos de abandonar o Conselho de Segurança.
"Eu acredito que existe um meio para evitar um confronto", declarou Blair. "A única maneira para que consigam o reconhecimento de um Estado palestino (...) é passando por negociações", acrescentou no canal de televisão americano ABC.
O processo de paz está congelado faz um ano, os palestinos exigem parâmetros "claros" para as negociações e o fim da colonização na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, o que Israel recusa.
Os Estados Unidos se esforçam para convencer outros membros do Conselho de Segurança a se oporem, ou pelo menos se absterem, quanto ao pedido palestino.
A resolução palestina fracassará se não conseguir no mínimo nove votos a seu favor. Com isso, Washington, já desconsiderado pelos palestinos, não precisará impor um veto embaraçoso para sua imagem em plena "Primavera Árabe".
No ano passado, diante dos Estados membros da ONU, o presidente Obama expressou sua vontade de ver em 2011 um Estado Palestino chegar à ONU.
Os europeus, divididos, querem "uma solução construtiva que consiga reunir o máximo de apoio possível e que permita a retomada das negociações".
Reunidos em Nova York, os doadores da Autoridade Palestina fizeram um apelo pelo reinício das negociações.
O Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e as agências da ONU foram unânimes ao considerar que a Autoridade Palestina de Mahmud Abbas está pronta para gerir seu próprio Estado.
Nova York - O presidente Mahmud Abbas, em sua chegada a Nova York, afirmou que os palestinos devem esperar "tempos muito difíceis" após o pedido de adesão do Estado da Palestina à ONU, que será apresentado no próximo fim de semana.
"Depois do dia 23 de setembro, as coisas ficarão muito difíceis", declarou Abbas aos jornalistas no avião que o levou de Amã a Nova York.
"Nosso passo não é um salto no vazio. Nós procuramos nossa independência e levantamos esta questão diante da comunidade internacional. Quando nos darão o direto de um Estado?" questionou o líder palestino.
Ele também pediu para Israel "reconhecer o Estado Palestino" e não deixar "passar a oportunidade para a paz".
O presidente Abbas, que aos 76 anos quer entrar para a história do movimento nacional palestino, apresentará o pedido de adesão ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para que seja submetido ao Conselho de Segurança.
Abbas apresentará o pedido na qualidade de chefe da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), como "único representante legítimo do povo palestino".
"Até sexta-feira, nossos esforços se concentrarão no pedido de adesão à ONU, não discutiremos outras ideias", disse Abbas em resposta aos esforços diplomáticos - infrutíferos até hoje - para dissuadir os palestinos de apresentarem a demanda no Conselho de Segurança.
Abbas se reunirá nesta segunda-feira com Ban Ki-moon e o chefe da diplomacia russa Serguei Lavrov.
Ele deverá reivindicar a admissão de um Estado da Palestina dentro das fronteiras do dia 4 de junho de 1967, que inclui a Cisjordânia, a faixa de Gaza e Jerusalém Oriental como capital.
Israel rejeitou categoricamente este anúncio. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estará na terça-feira em Nova York para explicar a "verdade" de Israel frente às reivindicações palestinas. Ele deve se reunir na quarta-feira com o presidente americano Barack Obama e irá discursar na sexta-feira na tribuna da Assembleia Geral das Nações Unidas, depois do presidente palestino.
Grandes esforços diplomáticos foram empreendidos para evitar uma confrontação maior nas Nações Unidas. Os Estados Unidos ameaçam recorrer ao veto.
Líderes do Quarteto do Oriente Médio (Estados Unidos, ONU, Rússia e União Europeia) se reuniram no domingo em Nova York.
Nenhum comunicado foi publicado sobre o encontro.
Tony Blair, enviado especial do Quarteto, assegurou que as negociações devem continuar até o último minuto para tentar convencer os palestinos de abandonar o Conselho de Segurança.
"Eu acredito que existe um meio para evitar um confronto", declarou Blair. "A única maneira para que consigam o reconhecimento de um Estado palestino (...) é passando por negociações", acrescentou no canal de televisão americano ABC.
O processo de paz está congelado faz um ano, os palestinos exigem parâmetros "claros" para as negociações e o fim da colonização na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, o que Israel recusa.
Os Estados Unidos se esforçam para convencer outros membros do Conselho de Segurança a se oporem, ou pelo menos se absterem, quanto ao pedido palestino.
A resolução palestina fracassará se não conseguir no mínimo nove votos a seu favor. Com isso, Washington, já desconsiderado pelos palestinos, não precisará impor um veto embaraçoso para sua imagem em plena "Primavera Árabe".
No ano passado, diante dos Estados membros da ONU, o presidente Obama expressou sua vontade de ver em 2011 um Estado Palestino chegar à ONU.
Os europeus, divididos, querem "uma solução construtiva que consiga reunir o máximo de apoio possível e que permita a retomada das negociações".
Reunidos em Nova York, os doadores da Autoridade Palestina fizeram um apelo pelo reinício das negociações.
O Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e as agências da ONU foram unânimes ao considerar que a Autoridade Palestina de Mahmud Abbas está pronta para gerir seu próprio Estado.