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À CPI, delegado implica Delta em irregularidades

Relato foi do senador Randolfe Rodrigues, do PSOL do Amapá

O deputado Silvio Costa disse que a CPI precisa focar sua investigação nos "soldados de Cachoeira" e entre eles estaria o ex-diretor da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu (Roosewelt Pinheiro/Abr)

O deputado Silvio Costa disse que a CPI precisa focar sua investigação nos "soldados de Cachoeira" e entre eles estaria o ex-diretor da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu (Roosewelt Pinheiro/Abr)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2012 às 22h40.

Brasília - O depoimento do delegado da Polícia Federal Alexandre Marques de Souza na CPI que investiga as relações do empresário Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados trouxe indícios que implicam a construtora Delta em irregularidades, segundo relato do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que participou da reunião a portas fechadas em que o delegado depôs.

Para Rodrigues, as explicações de Marques de Souza, responsável pela Operação Vegas da Polícia Federal, "oficializam algumas certezas". Entre elas a de que há "indícios fortes de envolvimento amplo da empresa Delta", disse o senador.

"A precaução recomenda que todos os contratos da empresa (em âmbito federal) sejam suspensos", acrescentou o parlamentar.

Segundo ele, a fala do delegado também deixou mais evidente a participação dos deputados Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO) e do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) nas irregularidades.

"Estou mais convencido do envolvimento dos parlamentares com a organização criminosa do senhor Carlos Cachoeira", afirmou.

O deputado Silvio Costa (PTB-PE) disse que a CPI precisa focar sua investigação nos "soldados de Cachoeira" e entre eles estaria o ex-diretor da construtora Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu.

"Quem detona CPI via de regra? É o baixo clero da organização... São mais de 80 envolvidos. Baixo clero é aquela gente que está na periferia do poder da organização. Então eu acho que, por exemplo, é fundamental ouvi-lo (Cláudio Abreu), talvez ele tenha muitas explicações a dar ao país", argumentou.

Na próxima semana, a Comissão Parlamentar de Inquérito analisará novos requerimentos de convocação e entre eles estão pedidos para depoimentos de empresários que trabalhavam na Delta antes do escândalo que deflagrou a CPI.

Também está previsto o depoimento de Carlinhos Cachoeira para a próxima terça-feira. Ele está preso desde fevereiro, acusado de chefiar uma quadrilha que explorava jogos ilegais.

Nesta terça-feira, o Conselho de Ética do Senado abriu processo contra Demóstenes. Segundo denúncias publicadas na imprensa, baseadas em interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal, o senador repassou a Cachoeira informações de reuniões reservadas que manteve com autoridades.

Demóstenes, que era filiado ao DEM, deixou o partido após a sigla abrir processo de expulsão contra ele após as denúncias.


Gurgel

No depoimento à CPI, segundo relato de parlamentares, o delegado informou que as três fases da operação Vegas foram concluídas em 2009 e que as provas foram levadas à Procuradoria-Geral da República (PGR), que não viu consistência suficiente na investigação para pedir abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal contra os parlamentares citados no relatório policial.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) disse a jornalistas que o delegado "não entendeu" os motivos da decisão da subprocuradora Cláudia Sampaio Marques, que recebeu a investigação. Cláudia é esposa do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

As informações do delegado ampliam a pressão para que Gurgel seja convocado à CPI para explicar porque a PGR não pediu abertura de inquérito contra os parlamentares goianos.

"Houve manifestações de vários parlamentares e acho que serão apresentados requerimentos para convocar o procurador-geral", disse Teixeira.

Em conversa preliminar na semana passada, o procurador-geral disse ao presidente da CPI, senador Vital do Rêgo, que estava impedido de ir à comissão, porque não poderia ser arrolado como testemunha num processo em que poderá figurar como acusador futuramente.

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