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98% das comunicações latinas passam pelos EUA, diz Assange

Julian Assange afirmou que praticamente todas as comunicações da América Latina passam pelos Estados Unidos


	O fundador do WikiLeaks, Julian Assange: EUA utilizam a espionagem para garantir sua influência no mundo, segundo Assange
 (Miguel Medina/AFP)

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange: EUA utilizam a espionagem para garantir sua influência no mundo, segundo Assange (Miguel Medina/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2013 às 13h06.

Moscou - O jornalista e criador do portal WikiLeaks, Julian Assange, afirmou nesta sexta-feira que praticamente todas as comunicações da América Latina passam pelos Estados Unidos, e que o país utiliza a espionagem para garantir sua influência no mundo.

Assange disse que "98% das telecomunicações (que partem) da América Latina para o resto do mundo, incluindo mensagens de texto, ligações telefônicas, e-mails, etc, passam pelos EUA", revelou em entrevista oferecida à televisão russa "RT" desde a Embaixada do Equador em Londres, onde está refugiado.

O objetivo de Washington é "obter informação sobre como a América Latina age, para onde vão os repasses econômicos e as atividades dos líderes e atores-chave", acrescentou o ativista australiano.

Na opinião de Assange, a espionagem "permite aos EUA prever, de alguma forma, o comportamento dos líderes e os interesses latino-americanos, além de chantagear quase qualquer pessoa importante".

Assange explicou que os "Estados Unidos tentaram agressivamente impedir o intercâmbio econômico através da intervenção e do controle da Swift, da Visa, da MasterCard e do dinheiro enviado para a América Latina através do Bank of America".

"Os Estados Unidos estão se apropriando das interações econômicas e das telecomunicações, e o que fica é um certo controle da força física do Estado", afirmou.

Em relação ao ex-técnico da CIA Edward Snowden, que vive na Rússia asilado após ter revelado uma trama de espionagem em massa dos serviços secretos de seu país, Assange disse que o WikiLeaks esteve "envolvido de modo formal e informal nas solicitações de asilo de Snowden em cerca de 20 países".

"Em alguns casos, porque pensávamos que havia uma possibilidade real com esses países e, em outros, porque queríamos que o público visse que havia uma rejeição que e gerasse um debate público, e que houvesse testemunhas de como os governos estavam se comportando", acrescentou.

O fundador do WikiLeaks lembrou que Venezuela, Bolívia e Equador foram os países da América Latina que mostraram interesse em dar asilo a Snowden.

Entre as atividades reveladas pelo ex-analista da CIA estão a espionagem de líderes da América Latina como a presidente Dilma Rousseff, que adiou uma visita de Estado a Washington, prevista para 23 de outubro, ao considerar insuficientes as explicações de Barack Obama.

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