6 países que zeraram nas Olimpíadas de Londres
O Brasil pode ter tido desempenho aquém do esperado em alguns esportes, mas teve país que voltou com nada além de histórias para contar
Da Redação
Publicado em 13 de agosto de 2012 às 19h27.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h19.
São Paulo - O Brasil ganhou 17 medalhas nesses jogos de Londres. Foram 3 de ouro (ginástica artística, judô e vôlei feminino), 5 de prata (vôlei de praia masculino, boxe, futebol masculino, natação e vôlei masculino) e 9 de bronze (vôlei de praia feminino, duas no boxe, três no judô, pentatlo moderno, vela e natação). Todas essas medalhas acabaram deixando o país, que levou nada menos que 265 atletas para Londres, em 22º no ranking geral. Ficamos atrás de nações como Hungria, Ucrânia e Irã, por exemplo. Mas muitos países fizeram um papel muito, muito pior. Acompanhe clicando nas fotos acima.
O caso mais absurdo de país que não conquistou nenhuma medalha nos Jogos de Londres, sem dúvida. Dos 204 países e territórios que tiveram representantes nas Olimpíadas, 120 não conquistaram nenhuma medalha. A maioria deles, porém, são nações que não têm tradição esportiva – ou não têm dinheiro, mesmo. A Áustria tem ambos. E pela primeira vez em meio século o país europeu mandou atletas para as Olimpíadas (foram 70, que competiram em 21 esportes) e eles voltaram sem subir no pódio. Isso deixou o Ministro dos Esportes deles, Norbert Darabos, tão incomodado que ele chegou a chamar os atletas de “turistas olímpicos”, criticando os esportistas que, segundo ele, preferiram se divertir na badalada cidade de Londres a ganhar medalhas. O país, que tem um total de 88 medalhas nos jogos de verão, havia conquistado 3 medalhas na última edição olímpica, em Pequim 2008. Na versão de inverno dos Jogos, o “país das montanhas” tem melhor desempenho: conseguiu 16 medalhas na última edição.
Os nossos vizinhos de continente são conhecidos por estarem entre os melhores países em termos de qualidade de vida na América do Sul. Mas isso não foi suficiente para que eles saíssem dessas Olimpíadas com algo além da alegria por terem participado. Os chilenos foram em um grupo de 35 atletas para tentar aumentar a coleção de 13 medalhas olímpicas do país. Mas nem o ginasta Enrique Tomas Gonzalez Sepulveda pode tirar o país do zero: a esperança olímpica terminou em quarto lugar na ginástica rítmica. Aliás, o desempenho do continente latino-americano em geral foi bem pífio. Podem até reclamar do Brasil, mas nossos vizinhos mal viram os desenhos das medalhas londrinas. Bermudas, Bolívia, Equador, Costa Rica, Haiti, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai são outros exemplos de países que zeraram nos Jogos Olímpicos. Voltaram todos de mãos abanando.
O país já tem cinco medalhas no boxe e Mark Barriga era uma possível esperança para a primeira de ouro na modalidade. O jovem caiu e perdeu em acirrada decisão (nada de nocautes, a luta terminou 17-16 por decisão dos juízes) contra Zhakypov, do Cazaquistão. Os filipinos ainda tinham chances com o ciclista Daniel Caluag, mas ele foi prejudicado na sua primeira corrida quando diversos atletas caíram. Dava para ter se recuperado, mas Caluag não conseguiu. Foram apenas 11 atletas, dois com muitas chances de subir ao pódio. Mas não deu para os filipinos e o país continua sem medalhar (desde 1996).
O país de Bjork tem só quatro medalhas olímpicas em toda sua história – e nenhuma de ouro. Mas eles chegaram tão perto da almejada medalha dourada em Beijing 2008, quando os meninos do handebol fizeram excelente campanha e terminaram em segundo, perdendo a final para a França, que por certo pelo menos um bronze eles conquistariam, não? Ou ainda algumas medalhas em atletismo, que já rendeu pódios no passado para os islandeses? Não. Nenhum dos 27 atletas que foi a Londres conseguiu “medalhar” nos Jogos. E olha que os garotos do handebol chegaram até a vingar a final de 2008 e venceram contra os franceses na fase de classificação, mas nas quartas-de-final eles acabaram caindo contra a Hungria.
O país, que é cercado por vizinhos árabes pouco amistosos e o mar Mediterrâneo, tem nas suas medalhas olímpicas um espelho da sua política externa: são três em artes marciais (no caso, judô) e quatro para esportes aquáticos (1 na canoagem e 3 em vela). A história israelense nos Jogos Olímpicos foi manchada na edição de 1972, em Munique, quando o grupo terrorista Setembro Negro foi responsável por um ataque que matou 11 membros da delegação do país. Desde então, a preocupação com ataques e violência nos jogos se tornou prioridade do Comitê Olímpico. Na edição passada, Israel teve um desempenho que deixou a desejar: voltou pra casa com apenas uma medalha de bronze. Nessa, não teve jeito, nenhum dos 37 atletas que o país levou para Londres chegou perto de fazer o hino do país tocar nos estádios e arenas.
Se tivesse eleições para o país com pior desempenho nos Jogos Olímpicos, o Timor Leste estaria na disputa. E brigando pelo ouro. Para começar, não só o país não ganhou nenhuma medalha em Londres 2012, mas ele não ganhou nenhuma medalha. Nunca. O Timor Leste faz parte do grupo de 81 países que nunca subiu em um pódio olímpico. Sejamos justos: o país só se tornou independente da dominação da Indonésia em 2002, e isso depois de uma guerra civil que devastou o território. Mesmo depois disso, a situação não melhorou muito, e o Timor Leste sofreu com ondas de violência e tensão civil. Nas Olimpíadas, sua participação se limitou a maratonistas (em Londres, por exemplo, os dois únicos atletas do país eram maratonistas), um levantador de peso e um boxeador. Nenhum deles conquistou medalhas. O Timor Leste pode não ter produzido grandes recordistas, mas sem dúvida produziu grandes atletas olímpicos. Em 2000, competindo com a bandeira olímpica (o país ainda não era reconhecido), a timorense Aguida Amaral protagonizou uma das cenas mais marcantes da história dos Jogos. No estádio em Sydney, Amaral cruzou a linha de chegada e caiu de joelhos para agradecer seu feito (ainda que quase uma hora depois da vencedora). Um fiscal veio avisa-la de que ela ainda tinha uma volta a percorrer. Ovacionada pelo público e exausta, a maratonista se levantou e percorreu o que faltava para terminar sua maratona de três horas e 10 minutos.
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