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11% das empresas que tomam crédito são inadimplentes ambientais

Pesquisa inédita da Serasa Experian mostra que uma em cada 10 empresas deveria ter financiamento recusado por irregularidade socioambiental

A maior parte das irregularidades (95%) diz respeito ao licenciamento ambiental  (Stock.xchng)

A maior parte das irregularidades (95%) diz respeito ao licenciamento ambiental (Stock.xchng)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 6 de setembro de 2011 às 14h47.

São Paulo – Levantamento inédito da Serasa Experian traz um dado preocupante. Uma em cada dez empresas brasileiras que tomam crédito junto ao sistema bancário apresenta algum tipo de irregularidade socioambiental. E por esse motivo deveria ter o financiamento recusado pelas instituições, como previsto por lei.

O estudo analisou uma mostra de quase 15 mil pessoas jurídicas, ativas em crédito junto a quatro instituições bancárias do país. Destas, 53% são classificadas como causadoras de impactos ambientais e precisam seguir à risca a legislação em vigor para poder receber financiamentos da rede bancária pública.

Neste grupo, encontram-se, por exemplo, empresas dos setores de metalurgia, construção civil e transporte. Para acesso a créditos da rede privada, elas também deveriam seguir boas normas de conduta e governança corporativa. Mas não é isso o que acontece. Segundo o estudo, 11% das empresas que tomam crédito são “inadimplentes ambientais”, conforme resoluções do CONAMA e da lei 10.167 de 27/12/2000.
 

De acordo com o presidente da Serasa Experian e Experian América Latina Ricardo Loureiro, a conformidade dos clientes com a legislação é premissa básica para a concessão de crédito. “Ao incorporar à área de análise de crédito exigências da legislação ambiental, está se condicionando que o dinheiro que financia a produção e o consumo fique atrelado à moralidade e à legalidade”, afirma.

Foram apuradas três tipos de irregularidades. A maior parte delas (95%) diz respeito ao licenciamento ambiental (licença inexistente, expirada, negada, etc.) ou ao não cumprimento de ajustes de conduto determinados pelos órgãos competentes para o licenciamento ambiental adequado.

Outros 4,9% das irregularidades ambientais detectadas relacionam-se com a operação da atividade produtiva em áreas embargadas. Já 0,1% das ocorrências relacionou-se com a utilização de trabalho escravo.

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