10 caminhos para o consumo consciente
Instituto Akatu elaborou o “Decálogo do Consumo Consciente”, que indica o caminho para a sustentabilidade na produção e no consumo
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2012 às 13h12.
São Paulo - Está claro que o ritmo de consumo atual cresce muito além do que a Terra é capaz de oferecer. Segundo o último relatório Living Planet, da WWF a população mundial consome 50% mais recursos naturais do que o planeta renova e, se a demanda continuar aumentando como nos últimos vinte anos, em 2050 precisaríamos de três planetas para suprir esse consumo.
Soma-se a isso o fato de que 76% de todo o consumo mundial vem de apenas 16% da população, como apontado pelo documento O Estado do Mundo, publicado pelos institutos WWI e Akatu. Ou seja, uma minoria mais rica é responsável pela maior pressão exercida sobre os recursos naturais.
Com a expansão da classe média e a retirada de pessoas da pobreza - que é um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e uma grande discussão quando se fala em economia verde - aumentar a demanda colocaria em risco a sobrevivência não do planeta, mas da humanidade.
Por conta do limite planetário, seria preciso um enorme ganho de produtividade para suprir a necessidade mundial. "Precisaríamos fazer com que cada produto passasse a ser produzido com 80% menos recursos naturais. Mas isso não vai acontecer no curto prazo. Só a mudança tecnológica não consegue dar conta. Logo, nós precisamos de uma mudança muito significativa do lado do consumo", afirma Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.
Daí vem a urgência por um novo modelo de economia, em que prevalece o consumo inteligente - aquele que valoriza a compra do necessário e não do supérfluo e que é consciente do impacto ambiental que gera. E, é claro, modelos de produção mais sustentáveis. "Precisamos de uma economia bem diferente da que temos hoje, que muda o paradigma da sociedade. Eu chamaria esta de civilização do bem-estar e não do consumo", propõe Mattar.
A partir desta reflexão o Instituto Akatu elaborou o Decálogo do Consumo Consciente. São dez indicações para a sustentabilidade na produção e no consumo, direcionadas a cidadãos, governos e indústria, para que se alcance mais equidade, justiça e bem-estar. Veja o que o Decálogo valoriza:
- Os produtos duráveis mais do que os descartáveis ou de obsolescência acelerada;
- a produção e o desenvolvimento local mais do que a produção global;
- o uso compartilhado de produtos mais do que a posse e o uso individual;
- a produção, os produtos e os serviços social e ambientalmente mais sustentáveis;
- as opções virtuais mais do que as opções materiais;
- o não-desperdício dos alimentos e produtos, promovendo o seu aproveitamento integral e o prolongamento da sua vida útil;
- a satisfação pelo uso dos produtos e não pela compra em excesso;
- produtos e escolhas mais saudáveis;
- as emoções, as ideias e as experiências mais do que os produtos materiais, e
- a cooperação mais do que a competição.
"Dizer para a classe média, recém-chegada ao mercado do consumo, que ela não pode consumir, além de idiotice, é injusto. Mas é possível dizer para essas pessoas que existe um consumo mais inteligente. É preciso informação para se consumir de outra forma e que a população seja estimulada para isso. É disso que se trata essa transformação que os dez itens propõem", finaliza Helio Mattar.
Estas informações foram extraídas do bate-papo "Como podemos crescer dentro de uma economia de consumo consciente?" entre Helio Mattar e Lúcia Barros, diretora da revista Máxima (parceira do Planeta Sustentável), promovido no dia 23/05, na Editora Abril.
São Paulo - Está claro que o ritmo de consumo atual cresce muito além do que a Terra é capaz de oferecer. Segundo o último relatório Living Planet, da WWF a população mundial consome 50% mais recursos naturais do que o planeta renova e, se a demanda continuar aumentando como nos últimos vinte anos, em 2050 precisaríamos de três planetas para suprir esse consumo.
Soma-se a isso o fato de que 76% de todo o consumo mundial vem de apenas 16% da população, como apontado pelo documento O Estado do Mundo, publicado pelos institutos WWI e Akatu. Ou seja, uma minoria mais rica é responsável pela maior pressão exercida sobre os recursos naturais.
Com a expansão da classe média e a retirada de pessoas da pobreza - que é um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e uma grande discussão quando se fala em economia verde - aumentar a demanda colocaria em risco a sobrevivência não do planeta, mas da humanidade.
Por conta do limite planetário, seria preciso um enorme ganho de produtividade para suprir a necessidade mundial. "Precisaríamos fazer com que cada produto passasse a ser produzido com 80% menos recursos naturais. Mas isso não vai acontecer no curto prazo. Só a mudança tecnológica não consegue dar conta. Logo, nós precisamos de uma mudança muito significativa do lado do consumo", afirma Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.
Daí vem a urgência por um novo modelo de economia, em que prevalece o consumo inteligente - aquele que valoriza a compra do necessário e não do supérfluo e que é consciente do impacto ambiental que gera. E, é claro, modelos de produção mais sustentáveis. "Precisamos de uma economia bem diferente da que temos hoje, que muda o paradigma da sociedade. Eu chamaria esta de civilização do bem-estar e não do consumo", propõe Mattar.
A partir desta reflexão o Instituto Akatu elaborou o Decálogo do Consumo Consciente. São dez indicações para a sustentabilidade na produção e no consumo, direcionadas a cidadãos, governos e indústria, para que se alcance mais equidade, justiça e bem-estar. Veja o que o Decálogo valoriza:
- Os produtos duráveis mais do que os descartáveis ou de obsolescência acelerada;
- a produção e o desenvolvimento local mais do que a produção global;
- o uso compartilhado de produtos mais do que a posse e o uso individual;
- a produção, os produtos e os serviços social e ambientalmente mais sustentáveis;
- as opções virtuais mais do que as opções materiais;
- o não-desperdício dos alimentos e produtos, promovendo o seu aproveitamento integral e o prolongamento da sua vida útil;
- a satisfação pelo uso dos produtos e não pela compra em excesso;
- produtos e escolhas mais saudáveis;
- as emoções, as ideias e as experiências mais do que os produtos materiais, e
- a cooperação mais do que a competição.
"Dizer para a classe média, recém-chegada ao mercado do consumo, que ela não pode consumir, além de idiotice, é injusto. Mas é possível dizer para essas pessoas que existe um consumo mais inteligente. É preciso informação para se consumir de outra forma e que a população seja estimulada para isso. É disso que se trata essa transformação que os dez itens propõem", finaliza Helio Mattar.
Estas informações foram extraídas do bate-papo "Como podemos crescer dentro de uma economia de consumo consciente?" entre Helio Mattar e Lúcia Barros, diretora da revista Máxima (parceira do Planeta Sustentável), promovido no dia 23/05, na Editora Abril.