Programa Casa Verde e Amarela: veja como funciona e se você tem direito
Lançada pelo governo federal no ano passado com o potencial de beneficiar 1,6 milhão de famílias, novidade substitui Minha Casa Minha Vida, criado em 2009
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2021 às 09h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2021 às 16h09.
Lá se vai mais de um ano desde que o governo federal lançou, em julho de 2020, o Casa Verde e Amarela. Trata-se de um programa habitacional que substitui o Minha Casa Minha Vida, criado em 2009 e voltado para a população de baixa renda.
“O objetivo principal do novo programa é alterar algumas imperfeições do outro, regularizando 2 milhões de moradias e promovendo melhorias em 400.000 residências até 2024”, explica José Luiz Camarero Neto, sócio e diretor executivo da incorporadora Vitta Residencial. Convém lembrar que a iniciativa habitacional do governo já é um dos pilares mais representativos das vendas e lançamentos do mercado brasileiro.
Em linhas gerais, a novidade almeja beneficiar 1,6 milhão de famílias de baixa renda até 2024, especialmente nas regiões norte e nordeste do país. Foi estimado um custo de quase 26 bilhões de reais, sendo a maior parte do dinheiro proveniente do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
“Enquanto o Minha Casa Minha Vida previa quatro faixas de beneficiários, o novo programa tem três grupos e mais duas divisões de juros para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além de Norte e Nordeste”, acrescenta Camarero Neto.
Saiba se você tem direito a utilizar o programa
Para ser incluído no chamado grupo 1 sua renda familiar não pode ser superior a 2.000 reais mensais. As taxas de juros para moradores do norte e nordeste variam entre 4,25% a 4,5% para cotistas do FGTS ou 4,75% a 5% ao ano para não-cotistas.
Para os moradores das demais regiões do Brasil, as taxas são essas: entre 4,5% a 4,75% para cotistas ou 5% a 5,25% ao ano para não-cotistas. O valor do subsídio ainda não foi informado pelo governo federal.
Famílias que recebem entre 2.000 e 4.000 reais por mês pertencem ao grupo 2. Para moradores do norte e do nordeste foram definidos de 4,75% a 6,5% de juros para cotistas ou de 5,25% a 7% ao ano para não-cotistas. As porcentagens previstas para o resto do país: de 5% a 6,5% para cotistas ou de 5,5% a 7% ao ano para não-cotistas.
Sua família ganha de 4.000 a 7.000 reais por mês? Seu grupo, portanto, é o 3, que não faz diferenciação entre regiões do país.
Para todos os interessados são cobrados 7,66% de juros, no caso de cotistas do FGTS, ou 8,16% ao ano, se não forem cotistas. Não há subsídio para esse grupo e estipulou-se para ele um teto para a regularização fundiária, restrita a famílias com renda de até 5.000 reais.
Impulso para a ampliação do mercado
Com 350.000 novas unidades em relação ao que já estava previsto, a iniciativa amplia o antigo programa. Subsidiada pelo FGTS e executada pela Caixa Econômica Federal, busca a regularização de terrenos e terras por meio da redução das taxas de juros.
O incentivo à legalização fundiária, cujo objetivo é garantir o direito social à moradia, usa recursos do Fundo Garantidor de Habitação Popular (FGHab), criado no Minha Casa Minha Vida. A meta é legalizar terrenos, em parceria com as prefeituras, nos quais residam famílias com renda de até 5.000 reais por mês.
O novo programa permite ainda a negociação e a regularização de dívidas dos beneficiários da faixa 1, o que o Minha Casa Minha Vida não fazia. Também dá sinal verde para a reforma de imóveis, que custeia até o limite de 23.000 reais.
“Vale lembrar que o prazo de pagamento, no contrato completo, pode chegar a 30 anos e as condições podem variar conforme a renda apresentada, região da casa nova e a análise que o banco faz”, conclui Camarero Neto.