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Plugify: startup de aluguel de notebooks capta R$ 32,6 mi em debêntures

A empresa, especializada em assumir a gestão de equipamentos eletrônicos de outras companhias, vai usar o capital para comprar 10.000 novos dispositivos

Alexandre Gotthilf, fundador e presidente da Plugify: empresa conquistou 115 clientes desde sua fundação em 2017 (Plugify/Divulgação)
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Carolina Ingizza

Publicado em 23 de abril de 2021 às 15h21.

Última atualização em 8 de junho de 2021 às 11h08.

Quando, em 2017, o empreendedor Alexandre Gotthilf decidiu começar uma startup de aluguel de equipamentos eletrônicos ele não tinha nem um computador para oferecer. Foi só ao fechar o primeiro contrato com um cliente que ele comprou, usando o próprio cartão de crédito, as primeiras máquinas.

Quatro anos depois, sua startup, a Plugify, já soma 115 empresas clientes e não pode depender do cartão pessoal para financiar expansões. A companhia concluiu agora uma emissão de debêntures simples no valor de R$ 32,6 milhões para poder comprar mais 10.000 computadores, notebooks e smartphones. Com os equipamentos adicionais, projeta triplicar o faturamento em 2021.

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A rodada, coordenada pela Jera Capital, contou com participações de assets e fundos de crédito como Angá e Augme. A empresa terá três anos e meio para pagar a dívida, ao custo de CDI mais 8,5% ao ano.

A Plugify vive um bom momento. No ano passado, a companhia duplicou o tamanho de sua operação e hoje cresce a uma taxa de 10% ao mês. O principal fator de propulsão do negócio foi a pandemia. Com a ampla adoção do trabalho remoto, a busca por aluguel de equipamentos eletrônicos aumentou. Muitas empresas perceberam que era mais barato e prático terceirizar a entrega, manutenção e troca dos aparelhos direto na casa dos funcionários.

Para poder atender a essa demanda crescente, a startup levantou R$ 10 milhões por meio da emissão de debêntures no começo de 2020. Segundo os sócios, os recursos, que deveriam durar 18 meses, se esgotaram ao final do primeiro ano, motivando a nova rodada.

Antes de recorrer aos debêntures, a startup usava linhas de crédito de grandes bancos, antecipação de recebíveis e parcelamento de compras para girar a operação. "A minha sócia, Paula Mendes Caldeiras, percebeu que se continuássemos dessa maneira a amortização da dívida iria consumir nosso caixa e impedir nosso crescimento", diz Gotthilf.

A empresa atende hoje primordialmente startups e pequenas e médias empresas, mas pouco a pouco está incorporando ao portfólio empresas de porte maior. Isso se deve a uma parceria fechada com a operadora TIM, que indica os serviços de aluguel de hardware da startup para complementar seu serviço de banda larga.

O potencial de crescimento é enorme. Enquanto, nos Estados Unidos, 80% das empresas alugam os equipamentos de TI, no Brasil apenas 10% das companhias adotam o modelo, segundo a consultoria IDC. "Quase toda empresa precisa de serviços de TI, notebooks, celulares e desktops para o trabalho. Nosso trabalho de venda consiste em mostrar para os clientes que alugando eles evitam a imobilização de capital e podem investir em outras áreas do negócio", diz o fundador.

A expectativa dos sócios é que os hábitos adotados pelas empresas brasileiras durante a pandemia se mantenham mesmo após o fim da crise. “Muitas empresas devem permanecer em sistema misto, com home office sendo opção, mas mesmo as empresas mais tradicionais que voltarem totalmente as operações para o físico poderão perceber que alugar é melhor do que comprar”, afirma Gotthilf.

O desafio para a startup é encontrar maneiras para se diferenciar em meio a concorrentes como Agasus e Arklok, que faturam por volta de R$ 100 milhões por ano cada uma. Já que os equipamentos oferecidos são basicamente os mesmos, os sócios buscam se destacar pela tecnologia e pela qualidade do serviço.

"Investimos em digitalizar a experiência do cliente, ele pode fazer o aluguel em poucos cliques na nossa plataforma. Além disso, oferecemos informações de gestão e controle dos equipamentos em tempo real e nos comprometemos a repor qualquer produto com problema em até um dia útil em São Paulo e dois no Rio", diz Gotthilf.

A estrutura de financiamento também é um fator importante nessa corrida pela terceirização da TI. No momento, a Plugify estuda se o lançamento de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (Fidc) próprio pode ser uma alternativa às debêntures nas próximas rodadas. Já para viabilizar investimentos em tecnologia e a contratação de funcionários, a empresa deve buscar o mercado de venture capital para uma rodada Série A. Até então, o negócio captou somente uma rodada seed de R$ 1 milhão com amigos e familiares em 2018.

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