André Zukerman, CEO da Zuk, conta sobre joint venture de empresas de leilões de imóveis (Zuk/Divulgação)
Repórter de finanças
Publicado em 29 de setembro de 2023 às 15h10.
Última atualização em 29 de setembro de 2023 às 15h19.
O mercado imobiliário de leilões acaba de ganhar um novo player com a joint venture entre a Zuk e a Lut, plataformas de leilões brasileiras. Otimista com a união, o CEO da Zuk, André Zukerman, não se assusta com o fim do ano próximo e revela à EXAME Invest a ambiciosa meta: ultrapassar R$ 1 bilhão em vendas em 2023.
O objetivo da joint venture é aumentar o market share (espaço de mercado) da Zuk, que ainda não domina a parte de leilões judiciais. Na outra ponta, a Lut ganha em termos de volume de vendas. Como explica Zukerman, a Zuk vende, em média, 200 imóveis por mês. Já a Lut, tinha (antes da joint venture) 100 imóveis à venda como um todo.
“É uma diferença grande. Eu não falo que somos o líder do mercado de leilões, porque esse mercado não é ultra auditado. Mas quando falamos em rankings de instituição financeira ou volume de leilões, eu posso dizer que é conosco. Com essa incorporação da Lut, estimamos que iremos aumentar em cerca de 30% o volume de leilões judiciais. Ao longo do tempo, a meta é dobrar a operação da Lut”, destaca Zukerman.
Até o momento, a frente principal de atuação da Zuk são os leilões extrajudiciais, que funcionam assim: nessa modalidade, acontece a alienação fiduciária, que é quando um cliente pega um financiamento e coloca um imóvel como garantia. Caso esse cliente não consiga pagar, este imóvel, por lei, vai a leilão como forma de quitar a dívida com o banco.
Segundo o CEO, nessa modalidade, grandes bancos fazem parte do portfólio de clientes da empresa, como Bradesco, Santander, Itaú, Banco Pan, Banco do Brasil, Daycoval, Safra, Inter, Creditas, C6, entre outros. “Como o negócio do banco não é ser imobiliária, então ele tem parceiros para fazer isso. Nós somos um deles”, comenta Zukerman.
Para o executivo, é uma forma justa dos bancos retomarem os imóveis e as dívidas serem pagas. “E se o imóvel for vendido por um preço mais alto, a diferença vai para o devedor. Caso não tenha vendido na alienação fiduciária, aquele imóvel vira patrimônio do banco e também pode ser vendido”, acrescenta.
“Acabamos de vender um imóvel grande da General Motors, mas já vendemos da Ambev, BRF e Petrobras. As pessoas perguntam ‘mas essas empresas têm imóveis?’.Sim, podia ser justamente uma garantia”, pontua.
A diferença entre as modalidades de leilões é que, por mais que exista uma dívida no leilão extrajudicial, não existe um processo acontecendo. A pessoa perdeu o imóvel para o banco e agora o banco que é o dono. No judicial, há um processo acontecendo, que pode ser, por exemplo, uma execução de dívida de condomínio: o morador não paga o condomínio há um ano e a administradora entra com uma ação contra ele, com o imóvel indo para o leilão.
“Hoje, um dos nossos objetivos é aumentar cada vez mais o nosso share dentro desse universo de leilões judiciais. Uma forma de fazer isso é se juntando com players menores, mas que têm uma penetração em lugares que a gente não está. Vamos começar a atuar em varas judiciais com pessoas que a gente não atua ainda, mas a Lut já está presente lá, fazendo um ótimo trabalho”, salienta Zukerman.