Foto de seca na Europa (Getty Images/Getty Images)
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Publicado em 28 de novembro de 2023 às 08h00.
Vinte e cinco países, que respondem por cerca de um quarto da população mundial, enfrentam anualmente um estresse hídrico extremamente elevado, consumindo regularmente quase todo o seu abastecimento de água disponível. É o que o indicam os novos dados do Atlas de Risco Hídrico do projeto Aqueduto, do World Resources Institute (WRI).
O levantamento mostra, ainda, que pelo menos 50% da população mundial — cerca de 4 bilhões de pessoas — vive em condições de grande escassez de água durante pelo menos um mês por ano.
“Viver com este nível de estresse hídrico põe em risco a vida das pessoas, o emprego, a segurança alimentar e energética”, afirmou Liz Saccoccia, do WRI, ao apresentar os resultados do estudo.
O WRI reforça que a água é fundamental para o cultivo e a criação de gado, a produção de eletricidade, a manutenção da saúde humana, a promoção de sociedades equitativas e o cumprimento dos objetivos climáticos mundiais. “Sem uma melhor gestão da água, o crescimento populacional, o desenvolvimento econômico e as alterações climáticas poderão agravar o estresse hídrico”, disse.
De uma perspectiva global, a procura de água excede o montante disponível desse recurso - a procura mais do que duplicou desde 1960. O aumento pela procura de água é, muitas vezes, resultado do crescimento populacional e de setores como a agricultura irrigada, a pecuária, a produção de energia e a indústria de transformação.
Em paralelo, a falta de investimento em infraestruturas hídricas, políticas de utilização de água e o aumento da variabilidade devido às alterações climáticas vêm afetando o abastecimento de água disponível, explica o WRI.
Nesse cenário, detecta-se o que o instituto chama de estresse hídrico. Um país que enfrenta “estresse hídrico extremo” está utilizando pelo menos 80% do seu abastecimento disponível. Já países classificados com “estresse hídrico elevado” estão retirando 40% do seu abastecimento.
Sem intervenções — como o investimento em infraestruturas hídricas e uma melhor governação da água — o estresse hídrico irá se agravar, afirma o WRI, especialmente em locais com populações e economias em rápido crescimento.
O Brasil foi classificado como um país com risco “médio-baixo” de estresse hídrico, ficando a posição 103 dessa lista, que contém 164 localidades.