Sucesso das lives guia marketing do Burger King
Show de artistas em casa inspiram promoções da rede de fast-food, que teve aumento no tráfego nas páginas de delivery
Murilo Bomfim
Publicado em 21 de maio de 2020 às 15h13.
Última atualização em 10 de junho de 2020 às 17h35.
Nos últimos dois meses, o mundo viu explodir o fenômeno das lives — programa da quarentena que parece ter virado uma especialidade no Brasil . Sete entre as dez transmissões ao vivo mais vistas no YouTube são de brasileiros (e a cantora Marília Mendonça segue no topo da tendência, com duas lives que somam 5,5 milhões de acessos simultâneos).
A moda é um prato cheio para o marketing das empresas, que fazem o que podem para manter seus fluxos de venda. Conhecido pela publicidade arrojada, o Burger King passou a se inspirar nas lives para promover seus combos de sanduíche.
Neste fim de semana, por exemplo, a rede de fast-food lança os combos “Sem Evidências”, “Cabô Sofrência” e “Bonde do Combão”, em alusão aos estilos musicais que mais movimentam a internet.
“Diante do contexto atual, as marcas tiveram de buscar novas formas de marcar presença”, diz Ariel Grunkraut, vice-presidente de marketing do Burger King Brasil. “Seguindo esse conceito, não patrocinamos nenhuma live, mas criamos combos promocionais específicos para algumas com o intuito de interagir com o público.”
Grunkraut conta que a seleção das lives inspiradoras dos combos tem como critérios a afinidade dos artistas com a marca e o volume de conversas sobre o tema.
A empresa não abre dados de vendas, mas o executivo afirma que, até agora, a estratégia tem dado resultados impressionantes. “Em duas semanas, mais de 170.000 pessoas acessaram a página exclusiva do delivery, que era mencionada nos posts das lives”, diz. “Uma live no sábado à noite gerou quase um quarto dos acessos ao site.”
Big Burger Brasil
O surfe do Burger King na onda da pandemia teve outro ponto alto no Big Brother Brasil 20. Logo no início do reality, a rede patrocinou uma prova de resistência que impactou mais de 20 milhões de pessoas, e as buscas sobre a marca subiram 400%.
“Aproveitamos a oportunidade de criar conversas com nossos consumidores e estreitar o relacionamento por meio de dois assuntos que estavam na boca de todos: o BBB e a covid-19", diz Grunkraut.
“Em nossas redes sociais, trouxemos conteúdos variados, por exemplo, memes e situações do BBB, assim como nossos produtos, para, através do humor, nos aproximarmos de quem estava confinado no mundo real. Para isso, reunimos um time com foco 100% nesse projeto, com o objetivo de acompanhar todas as oportunidades nas redes sociais em tempo real e propor iniciativas que conversassem com o programa.”
O investimento no Big Brother foi intensificado na final do reality — que, naquela altura, já tinha se mostrado como a edição de maior engajamento do público. Na ocasião, o Burger King usou da gamificação para atrair consumidores, que tinham de mirar em um código QR em movimento na tela. A ação distribuiu 30.000 unidade do Whopper, o carro-chefe da marca, e as buscas pelo sanduíche no Google aumentaram em 2.300%.