Briga entre Conar e Alana tem origem em anúncio do McLanche Feliz Rio (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2011 às 16h13.
São Paulo - O Conar - Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária - voltou atrás em sua decisão de arquivar a representação contra uma campanha do McDonald’s.
A atitude veio depois da polêmica que envolveu o denunciante, Instituto Alana, por conta da rispidez do parecer apresentado pelo relator do caso, Enio Basilio Rodrigues.
No Recurso Ordinário, o vice-presidente executivo do Conselho, Edney G. Narchi, explica que a reabertura do caso se faz necessária devido à relevância do assunto: "anúncio que envolve crianças e adolescentes, mensagem que requer cuidados redobrados."
O texto de Narchi lembra da polêmica com o Alana afirmando que a decisão do colegiado (que ratificou integralmente o texto de Rodrigues) não se baseou na opinião do relator sobre o Instituto, mas sim no objeto principal, que era a denúncia contra a peça criada pela Taterka.
"Embora refute, discorde e até mesmo provoque ultraje a quem labora seriamente, é preciso expressar aqui, também, o respeito à pluralidade de opiniões, externas e internas, opostas ou convergentes, mas cuja convivência e tolerância é essencial e positiva", opina o VP do Conar.
Mas a atitude não sensibilizou o Alana, que continuará excluindo o Conar de suas denúncias. Além disso, o Instituto considera que houve demora na reabertura do caso, o que inviabiliza possíveis repreensões.
"Com essa atitude o Conselho reconhece que o parecer dado inicialmente extrapolou os limites da ética", afirma o Alana. "No entanto, a proposta de reexaminar a denúncia está prejudicada, já que o comercial saiu do ar em maio."
No mês passado, quando surgiu a polêmica, a advogada e coordenadora-geral do Projeto Criança e Consumo (do Alana), Isabella Henriques, já havia dito que o Conar tinha colocado sua legitimidade em xeque por causa das opiniões de Rodrigues (veja o PDF da representação)
"Sem dúvida nenhuma que o Conar deve repensar sua forma de atuação, porque se quer ser uma instituição que toma conta da ética da publicidade do país, deveria cuidar de seu próprio modelo", comentou à época.
Assista ao comercial que gerou a polêmica